Tudo teria começado de madrugada quando o presidente Jair Bolsonaro começou a sentir mal com dores estomacais. Transferido para o Hospital das Forças Armadas em Brasília, o presidente, que já vinha se queixando de soluços intermitentes, a ponto de prejudicar a sua live da última quinta-feira, foi sedado enquanto chamavam um médico de São Paulo, dr. Antônio Luiz Macedo, para examiná-lo, quando constatou uma obstrução intestinal.
Esse médico, também especialista em oncologia, foi quem pediu a transferência do presidente para São Paulo a fim de, possivelmente, submetê-lo a uma cirurgia de urgência. Esse médico foi quem fez as diversas cirurgias a que se submeteu Bolsonaro depois do atentado a faca na campanha de 2018, na cidade de Juiz de Fora.
Pode não ser um caso grave, mas a transferência e uma possível cirurgia deixam o mundo político preocupado, até porque o presidente já se submeteu a várias cirurgias depois do atentado, mas as suas constantes reclamações de soluços intermitentes aumentam esse quadro de preocupação com a saúde do presidente. Logo mais, possivelmente, se saberá se Bolsonaro terá que ser operado ou não. Se for uma operação de emergência, é claro que o receio aumenta, mas só os exames em São Paulo poderão dizer de fato o que se passa com o presidente da República. De qualquer forma, a vinda de um especialista de São Paulo para Brasília e o embarque imediato para a capital paulista podem indicar uma certa gravidade no quadro de saúde do presidente.
Para a amanhã de hoje estava previsto um encontro entre o presidente Bolsonaro e o presidente do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux, além dos presidentes da Câmara Federal, Arthur Lira e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, que é também o presidente do Congresso Nacional. A internação do presidente de madrugada suspendeu a reunião, que seria usada para uma melhor harmonização dos poderes da República, às turras desde que Bolsonaro resolveu pressionar o TSE, com ataques pessoais ao presidente da corte, Roberto Barroso, pedindo o voto impresso e contra a urna eletrônica – ele que com seus três filhos têm sido eleitos pelo voto eletrônico. Os ataques de Bolsonaro a esse tipo de voto e, ao presidente do TSE, criaram um clima de mal-estar de tal forma que Luiz Fux, presidente do STF, resolveu convocar todos para uma tentativa de harmonizar os poderes da República. Agora à tarde, o senador Flávio Bolsonaro, filho do presidente, disse que o pai ficará três dias em observação no hospital paulista para depois saber se terá que fazer a cirurgia ou não.
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