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Bolsonaro não quer prestar contas do que gasta com cartão corporativo Presidente Jair Bolsonaro se queixou de notícias sobre gastos com o cartão corporativo da Presidência da República

26 de novembro de 2021, 11h55 | Por Redação ★ Blog do Lindenberg

by Redação ★ Blog do Lindenberg

Por Metrópoles

Em interação com apoiadores na manhã desta sexta-feira (26/11), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) se queixou de notícias sobre gastos com o cartão corporativo da Presidência da República, os quais registraram aumento em 2021 (veja abaixo). O mandatário disse haver uma “maldade enorme da imprensa” com a questão.

“Por exemplo, tem umas 50 emas aqui [no Palácio da Alvorada]. Você quer que eu pague do meu salário a ração pra ema? Vai no cartão corporativo”, justificou.

O presidente citou ainda os 150 funcionários e 200 militares que fazem a segurança do Palácio da Alvorada.

A conversa com apoiadores ocorreu na manhã desta sexta, antes de Bolsonaro viajar para cumprir agenda em São Paulo e no Rio de Janeiro, e foi registrada por um canal no YouTube simpático ao governo.

Segundo o chefe do Executivo federal, atualmente os custos com alimentação no Alvorada são menores do que o registrado nos últimos anos. “Eu faço o que posso aqui pra dar exemplo. É a minha vida. Podia pegar R$ 24 mil por mês e tomar em tubaína. Nunca tirei um centavo. Agora, as despesas com esse pessoal que está comigo existem”, continuou o presidente.

O mandatário ironizou também as reclamações com os gastos durante as férias. “‘Ah, andou de lancha.’ Quer que eu ande num toco de bananeira? Eu vou pra praia curtir umas férias de 3, 4 dias… Vou para a praia pegar um toco de bananeira ou uma boia de caminhão”, apontou.

O Cartão de Pagamento do Governo Federal (CPGF), conhecido como cartão corporativo, é utilizado para o pagamentos de despesas. A lei diz que o gasto será autorizado, desde que “caracterizada a necessidade em despacho fundamentado”.

Sendo assim, os cartões deveriam custear as despesas relacionadas à compra de material e à prestação de serviços.

O cartão pode ser utilizado, por exemplo, em gastos como saúde indígena, no caso do Ministério da Saúde; com adidos agrícolas, no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento; e em missões diplomáticas, no Ministério das Relações Exteriores (MRE).

Aumento dos gastos

Em outubro, o Metrópoles mostrou que o governo federal atingiu o maior gasto com cartão corporativo desde 2018. Só nos primeiros nove meses de 2021, o total alcançou R$ 204,8 milhões, 19,9% acima do que foi gasto no ano passado inteiro.

Em todo o ano de 2020, a gestão Bolsonaro consumiu R$ 170,7 milhões com cartões corporativos. Em 2019, foram desembolsados R$ 198,2 milhões.

O valor gasto em 2021 só não supera 2018, último ano do governo de Michel Temer (MDB), quando o montante chegou a R$ 244,8 milhões.

Os órgãos que mais gastaram com esse tipo de recurso foram a Presidência da República, com 35,5% do total; o Ministério da Justiça e da Segurança Pública, com 26,7%; e o Ministério da Economia, com 10%.

Foto: Igo Estrela/Metrópoles

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