Home Brasil Bolsonaro se dirige a brasileiros na Ucrânia mas não fala na invasão russa – é o que dá falar aos ventos

Bolsonaro se dirige a brasileiros na Ucrânia mas não fala na invasão russa – é o que dá falar aos ventos Texto da postagem replica nota do Itamaraty; em eventos públicos em São Paulo, presidente não falou da guerra

24 de fevereiro de 2022, 17h52 | Por Redação ★ Blog do Lindenberg

by Redação ★ Blog do Lindenberg

Por CNN

O presidente Jair Bolsonaro (PL) usou sua conta no Twitter para replicar o comunicado da Embaixada do Brasil na Ucrânia para os brasileiros que vivem no país, que está sob ataque da Rússia desde as primeiras horas desta quinta-feira (24).

“Estou totalmente empenhado no esforço de proteger e auxiliar os brasileiros que estão na Ucrânia”, disse Bolsonaro.

“Nossa Embaixada em Kiev permanece aberta e pronta a auxiliar os cerca de 500 cidadãos brasileiros que vivem na Ucrânia e todos os demais que estejam por lá temporariamente”, completou o presidente, assim como o comunicado expedido pela embaixada na manhã desta quinta.

“A Embaixada do Brasil em Kiev está renovando o cadastramento dos brasileiros e orientando-os, por SMS ou por meio de mensagens em seu site [http://kiev.itamaraty.gov.br], em sua página no Facebook e em grupo do aplicativo Telegram“, disse Bolsonaro, repetindo o que a nota da embaixada recomendou aos brasileiros na Ucrânia.

Também pela manhã, a embaixada em Kiev, capital da Ucrânia, recomendou que os brasileiros que vivem no país “possam deslocar-se por meios próprios para outros países ao oeste da Ucrânia que o façam tão logo possível, após informarem-se sobre a situação de segurança local”.

O comunicado ressalta que as autoridades ucranianas pediram que a população não saia para evitar grandes engarrafamentos nas saídas da capital ucraniana. “Os brasileiros que buscarem deixar a cidade nesse momento devem contar com grandes dificuldades. Solicita-se aguardar novas instruções da embaixada”.

Na mensagem, a embaixada pediu que os brasileiros que vivem nas regiões na margem esquerda do rio Dnipro, no leste do país, onde se encontram as regiões separatistas, que se dirijam para oeste “por meios próprios ou de modo seguro”.

“[Os brasileiros] devem deslocar-se para Kiev e contatar a embaixada assim que possível pelo plantão consular +380 50 384 5484. Solicita-se que o número seja utilizado apenas em caso de necessidade extrema. Orientações à comunidade continuarão a ser transmitidas por este canal [Telegram e Facebook]”.

Discursos em SP: sem citar Rússia e Ucrânia

Mais cedo nesta quinta, Bolsonaro participou de um evento em São José do Rio Preto (SP) e, em seu discurso, com duração de 18 minutos, o presidente não mencionou a invasão da Rússia sobre a Ucrânia. Mais tarde, em uma cerimônia na capital paulista, o presidente fez um curto discurso de cinco minutos e também não fez menção ao conflito.

A cerimônia no interior paulista marcou a inauguração da Travessia Urbana de São José do Rio Preto, na BR-153. No discurso, Bolsonaro comentou sobre sua eleição à Presidência, em 2018, e fez críticas aos governadores de estado pelas políticas de isolamento social para combate à covid-19.

“Assistimos ao longo desses últimos dois anos, vimos e sentimos na pele, protótipos de ditadores por todo o Brasil, onde esses aprendizes de ditadores tomaram medidas, algumas populistas e outras não pensadas, mas que afetaram diretamente as nossas vidas. Tinha, e tenho, o poder de fechar todo o Brasil por decreto. Jamais cogitei isso, porque a liberdade está em primeiro lugar”, disse Bolsonaro.

Sobre a invasão russa à Ucrânia, no entanto, o presidente não fez qualquer menção. Bolsonaro visitou a Rússia na semana passada, em uma agenda que trataria sobre interesses comerciais dos dois países. Logo ao se encontrar com Vladimir Putin, Bolsonaro afirmou que o Brasil era “solidário à Rússia” e que os dois países tinham “muito no que colaborar”, citando temas de defesa, agricultura e petróleo e gás.

Foto: Ueslei Marcelino/Reuters

LEIA TAMBÉM

Envie seu comentário