O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a defender o uso de medicamentos não comprovados cientificamente, como a cloroquina, para tratar a COVID-19.
Em transmissão ao vivo nesta quinta-feira (4), Bolsonaro, ao lado do diretor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antônio Barra Torres, disparou contra quem critica o uso das substâncias.
Um dos alvos das críticas do presidente da República foi seu ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, que é contra o “tratamento precoce” contra a COVID-19.
Bolsonaro chamou Mandetta de “garoto propaganda da Globo”, e voltou a falar que mais de 200 pessoas em seu prédio utilizaram remédios sem eficácia e se curaram do novo coronavírus.
“No meu prédio mais de 200 pessoas pegaram Covid. Não sei se a maioria ou minorias, mas lá falava-se do tratamento e ninguém foi para o hospital.
Para quê correr esse risco? Deixa de ser otário. Estamos vivendo um momento de crise.
“São vidas que estão em jogo. Pode ser que lá na frente falem que a chance é zero, que é placebo. Tudo bem. Paciência, me desculpem, tchau. Mas pelo menos não matei ninguém”, disparou Bolsonaro.
‘Pode ser que lá na frente falem que a chance é zero, que é placebo. Tudo bem. Paciência, me desculpem, tchau. Mas pelo menos não matei ninguém’.
O presidente da Anvisa, Antônio Barra Torres, destacou que o tratamento off-label (fora da bula) é de responsabilidade dos médicos e dos pacientes, mas ressaltou que o assunto não é competência da agência.
Enquanto isso, Bolsonaro seguiu promovendo a cloroquina.
“Se não faz mal, o médico falou para você que não está previsto esse mal que você tem naquela bula. Não provoca arritmia, por quê não tomar?”, concluiu.
Ontem em visita ao Paraná, onde causou aglomeração e tumulto ao inaugurar o Centro Nacional de Atletismo, em Cascavel, no Oeste do Estado, Bolsonaro voltou a mudar o discurso sobre a Covid-19, dizendo que “agora é uma pandemia que veio para ficar.
Não adianta ficarmos nos lastimando, fazendo placares daquilo de ruim que vem acontecendo. Vamos lutar, vamos vencer, vamos investir na nossa vacina”, disse.
Sem máscara, o presidente abraçou apoiadores, que também não utilizavam o equipamento de proteção contra a COVID-19.
Em dezembro do ano passado, Bolsonaro afirmou
que o Brasil estava vivendo o “finalzinho da doença.
Quando fez afirmativa do fim da pandemia no Bradil, os números registravam mais de 179 mil mortes. Hoje, o total de óbitos está em 227.592.
Com Estadão Conteúdo
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