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Brasil testou apenas 8,5% da população para Covid-19, segundo IBGE Minas Gerais está entre os estados com menor percentual de testes realizados.

23 de setembro de 2020, 12h35 | Por Letícia Horsth

by Letícia Horsth

Cerca de 8,5% da população brasileira, fizeram algum teste para diagnóstico da Covid-19 no país do início da pandemia até agosto, o equivalente a 17,9 milhões de pessoas. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Covid-19 mensal (Pnad Covid-19), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foi divulgada nesta quarta-feira (23).

No mês passado, a pesquisa divulgou esse tema pela primeira vez e revelou que 13,3 milhões de pessoas haviam feito o teste até julho. Entre todas as pessoas que fizeram o teste em agosto, 21,6% foram diagnosticadas com Covid-19, o equivalente a cerca de 3,9 milhões de pessoas.

“Uma maior disponibilidade de testes e, consequentemente, um maior acesso a eles por parte da população podem justificar o aumento no número de pessoas que estão fazendo o exame. Como a pandemia não acabou, é natural que aumente esse número, inclusive entre as pessoas que não tiveram sintomas, mas que tiveram contato com alguém que teve Covid-19 e fizeram o teste para se certificar”, explica a coordenadora da pesquisa, Maria Lucia Vieira.

O percentual de realização dos testes para diagnóstico da doença é maior entre as pessoas com rendimentos mais altos, chegando a 21,7% no grupo de rendimento domiciliar per capita acima de 4 salários mínimos e ficando abaixo de 5% entre as pessoas que ganham até meio salário mínimo. “Quem tem condições de fazer o exame para descartar a possibilidade [de estar com a doença] já faz nos laboratórios. Não existem indícios que há mais contaminação entre os que têm mais renda, mas a gente tem mais pessoas fazendo o teste entre aqueles que possuem mais renda”, completa a pesquisadora.

A pesquisa aborda três tipos de testes: o SWAB, exame em que o material é coletado com cotonete na boca e/ou nariz; o teste rápido com coleta de sangue por um furo no dedo; e o exame com sangue retirado na veia do braço. Dos 17,9 milhões de pessoas que fizeram o teste, 6,9 milhões fizeram SWAB e, desses, 25,2% testaram positivo.

O Distrito Federal (19,4%) foi a Unidade da Federação com maior percentual de testes realizados, seguido por Piauí (14,4%) e Roraima (12%). “Dos 19,4% que fizeram o teste no Distrito Federal, só 4,1% testaram positivo. Então esse dado mostra que mais pessoas estão fazendo o teste do que, de fato, recebendo o diagnóstico da doença”, diz Maria Lucia. Já Pernambuco (5,8%), Acre (6%) e Minas Gerais (6,1%) registraram os menores percentuais de realização de testes.

Segundo a pesquisa, o maior percentual de testes foi realizado entre as pessoas de 30 a 59 anos de idade (11,9%), seguido pelo grupo de 20 a 29 anos (9,5%). Acima de de 60 anos, 7,3% realizaram algum teste.

Quanto maior o nível de escolaridade, maior foi o percentual de pessoas que fez algum teste. Entre as pessoas sem instrução ao fundamental incompleto, foram testados 4,4%. Com superior completo ou pós graduação, 17,9%. Essa diferença pode ser explicada pelos custos envolvidos no teste.


Fonte: IBGE.

Apesar do aumento no número de pessoas que fizeram os testes, o contingente daqueles que relataram ter algum sintoma de síndromes gripais diminuiu. Em maio, 24 milhões de pessoas afirmavam ter algum dos sintomas abordados pela pesquisa, como tosse, febre e dificuldade para respirar. Em agosto, esse número caiu para 12,1 milhões, o que representa 5,7% da população.

“Agora, as pessoas que tiveram contato com outras que estiveram doentes têm mais oportunidades de tirar a prova para saber se também foram contaminadas ou não. Então tem muita gente que fez o teste sem apresentar sintoma nenhum”, explica Maria Lucia.

Com informações do IBGE.
Foto: Raquel Portugal/Fiocruz Imagens.

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