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Brasil teve quase 3 casos de violência contra jornalistas por semana em 2021, registra Abert Relatório elaborado pela Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e TV aponta que durante ano passado foram registrados 145 casos de violência não letal contra profissionais da imprensa.

22 de março de 2022, 14h16 | Por Redação ★ Blog do Lindenberg

by Redação ★ Blog do Lindenberg

Por G1

O Brasil teve no ano passado 145 casos de violência não letal contra profissionais da imprensa e veículos de comunicação, o que representa uma média de 2,7 casos por semana ao longo de 2021.

A informação consta no relatório anual “Violações à Liberdade de Expressão”, elaborado pela Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e TV (Abert) e divulgado nesta terça-feira (22).

O documento apontou também que o número de profissionais da imprensa e veículos de comunicação que foram alvo dos registros de violência não letal cresceu 21,69% em relação a 2020, foram 230 em 2021 e 189 no ano anterior. Já em relação ao número total de casos registrados houve uma queda, foram145 em 2021 e 150 no ano anterior.

Ainda, segundo os dados divulgados pela Abert, o número de atendados contra jornalistas dobrou em 2021 em relação ao ano anterior, passando de 4 para 8. Ainda, segundo a associação, em 50% dos casos foram utilizadas armas de fogo contra os profissionais da imprensa.

Mortes de jornalistas

Com relação a registros de assassinatos de jornalistas, 2021 foi o segundo ano em que não foram registradas ocorrências desde que o relatório começou a ser elaborado pela Abert, em 2012. A primeira vez que isso aconteceu foi em 2019.

Todavia, a associação ressaltou que ano passado o radialista Weverton Rabelo Fróes foi assassinado. Segundo a Abert, o crime não foi computado no relatório, pois ainda está sendo investigado.

O estudo aponta que, de acordo com um relatório da Pesquisa da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), 55 profissionais de imprensa foram assassinados no mundo em 2021.

Zona Vermelha

O documento elaborado pela Abert também traz informações do Ranking Mundial de Liberdade de Imprensa da organização internacional Repórteres sem Fronteiras (RSF).

A organização estuda o nível de liberdade de expressão em 180 países e os separa em cinco cores, são elas: branca (muito boa), amarela (boa), laranja (problemática), vermelha (difícil) e preta (muito grave).

De acordo com o levantamento, em 2021, pela primeira vez em 20 anos, o Brasil entrou na zona vermelha do ranking e ficou na 111ª posição. Os primeiros colocados são: Noruega, Finlândia, Suécia e Dinamarca.

“No Brasil, infelizmente, tivemos um dado vergonhoso. Pela primeira vez em 20 anos, o país entrou na zona vermelha do ranking mundial de liberdade de imprensa. Foi o quarto ano consecutivo de queda e, desta vez, o Brasil perdeu 4 posições no rol, passando da colocação de 107 para 111. Desde 2002, quando o ranking começou a ser publicado, esta é a pior posição do Brasil. A classificação mostra que, nesses países, o trabalho do jornalista é considerado mais difícil. O cenário brasileiro é mais uma vez bastante preocupante”, afirmou Flávio Lara Resende, presidente da Abert.

Ataques virtuais

O relatório mostrou também uma pesquisa feita pela empresa Bites. Segundo o levantamento, em 2021, foram registrados 4 mil ataques virtuais ao trabalho jornalístico por dia; 167 ataques por hora; 3 ataques por minuto. Já em 2020, foram 7,9 mil ataques por dia, 331 ataques por hora, 6 ataques por minuto.

O estudo considera como ataques “palavras de baixo calão, expressões depreciativas e pejorativas contra a imprensa profissional”.

Foto: Freepik

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