Por DCM
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vem demonstrando forte descontentamento com a demora de Israel em permitir a saída dos brasileiros da Faixa de Gaza. No entanto, a orientação do governo é evitar críticas públicas, pelo menos enquanto houver expectativa de autorização para cruzar a fronteira com o Egito. Com informações de Tales Faria, do UOL.
Caso a liberação não ocorra nos próximos dias, o governo brasileiro adotará medidas mais enérgicas em relação ao governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, seguindo o exemplo de Bolívia, Chile e Colômbia. A Bolívia rompeu relações com Israel em protesto contra a ofensiva na Faixa de Gaza, e Colômbia e Chile convocaram seus embaixadores em Tel Aviv para consultas.
O presidente Lula já tomou a decisão de posicionar o Brasil, nos fóruns internacionais, de forma decidida contra a permanência de Israel na Faixa de Gaza após o término da guerra. Netanyahu expressou a intenção de manter a ocupação militar sobre a região por um período indefinido após a guerra.
No Palácio do Planalto e na diplomacia brasileira, a crença é que a não liberação dos 34 brasileiros que aguardam a saída de Gaza em direção ao Brasil não é um mero ato retaliatório.
A ala radical do governo de Netanyahu não aceita a postura do Brasil de apoiar o cessar-fogo em Gaza, e a diplomacia brasileira acredita que esses mesmos radicais defendem a manutenção da ocupação militar na Faixa de Gaza, inclusive com planos de permitir ou incentivar a instalação de colonos na região, de maneira similar ao que ocorreu na Cisjordânia.
Até o momento, a ONU se posicionou contra a presença de colônias israelenses em território palestino, apesar do descumprimento das recomendações internacionais por parte de Israel. Contudo, agora, a expectativa entre os diplomatas é de que a reação internacional seja mais intensa se Israel persistir na ocupação.
Os diplomatas brasileiros ressaltam a importância do Brasil na criação do Estado de Israel, com a participação fundamental de Oswaldo Aranha, um diplomata brasileiro que presidiu a 2ª Assembleia Geral da ONU, responsável por votar o plano de partição da Palestina para a formação do Estado de Israel. As ações de Aranha foram consideradas decisivas, refletindo-se na homenagem a ele com ruas e praças em diversas cidades israelenses.
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