Home Brasil Cármen Lúcia solicita a Fux que STF julgue notícia-crime contra Bolsonaro por genocídio contra indígenas durante a pandemia

Cármen Lúcia solicita a Fux que STF julgue notícia-crime contra Bolsonaro por genocídio contra indígenas durante a pandemia A ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, solicitou a Luiz Fux, presidente da Corte, para que seja pautado o julgamento de uma notícia-crime contra o Presidente da República Jair Bolsonaro (sem partido) por suspeita de genocídio a indígenas na pandemia da covid-19.

13 de abril de 2021, 11h51 | Por Redação Blog do Lindenberg

by Redação Blog do Lindenberg

Ministros da Corte devem avaliar se cabe ou não abertura de inquérito para apurar conduta do presidente da República; PGR já havia manifestado contra.

A queixa-crime foi apresentada pelo advogado André Barros que pede abertura de inquérito por Bolsonaro vetar assistência aos povos indígenas durante a pandemia – de medicamentos ao fornecimento de água.

Segundo a defesa de Barros, feita pelo advogado Luís Maximiliano Telesca, os crimes de genocídio não se referem apenas aos indígenas, mas a toda a gestão de Bolsonaro na pandemia. Estudos do Centro de Pesquisas e Estudos de Direito Sanitário (Cepedisa), da Universidade de São Paulo, foram usados por ele para chegar a esse raciocínio.

Na petição protocolada na semana passada diz que “o presidente da República buscou, de maneira concreta, que a população saísse às ruas, como de fato saiu, para que contraísse rapidamente a doença, sob a falsa informação da imunização de rebanho”, afirmou ele na sexta-feira (9), em petição ao Supremo.


Bolsonaro e Ricardo Salles com indígenas (Fotos: Carolina Antunes/PR)

O procurador-Geral da República (PGR), Augusto Aras, já se manifestou contra a abertura do processo, mas o advogado André Barros, que move a ação, recorreu da decisão do Ministério Público Federal. Na defesa, o PGR falou que ato de Bolsonaro ao vetar o repasse de insumos aos indígenas era porque não havia indicação de orçamento para isso, o que viola a Constituição Federal.

Aras, porém, após recurso , o plenário passou a analisar o caso de maneira virtual. O texto indeferido previa o fornecimento de insumos médicos e água potável.

De acordo com a defesa, Bolsonaro agiu nos limites da constituição. “O que o noticiado [Bolsonaro] fez, portanto, foi cumprir o seu dever de vetar parcialmente projeto de lei. Caso não agisse assim, poderia ser responsabilizado “.

Ainda não foi divulgado se o ministro Fux conversou com Cármen Lúcia a respeito do conteúdo do processo ou a data de um possível julgamento. Imprensa em Brasília diz que ambos ainda não se falaram. Segundo os noticiários, falta espaço na agenda e, a princípio, o caso só passaria pelo plenário no segundo semestre ao fim do mandato de Aras.

Foto: Nelson Jr/STF/SCO.

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