A Polícia Federal reconhece que a colaboração do ex-policial militar Élcio de Queiroz foi crucial para o avanço do acordo de delação premiada com Ronnie Lessa, assassino confesso de Marielle Franco e Anderson Gomes.
De acordo com informações divulgadas, as revelações de Élcio, firmadas no ano passado, revelam que ele foi o motorista do carro usado por Lessa para efetuar os disparos contra a vereadora em 2018. Uma prova destacada no relatório policial, divulgado recentemente, foi decisiva para que ele aceitasse colaborar.
O ex-PM decidiu firmar o acordo após o Ministério Público do Rio de Janeiro apresentar registros documentais que comprovam que Lessa obteve informações sobre Marielle dois dias antes do assassinato, por meio da plataforma “SOFACIL”, que fornece dados cadastrais, conforme detalha o relatório da PF.
“Ficou demonstrado que RONNIE LESSA realizou levantamentos sobre Marielle no dia 12 de março de 2018, portanto dois dias antes do homicídio, junto à plataforma da empresa SOFACIL TECNOLOGIA LTDA (CNPJ n.º 07.760.299/0001-21), nome fantasia CCFácil, que atua oferecendo consulta a dados cadastrais do Serasa Experian, serviço concebido para auxiliar comerciantes e financeiras na validação de dados de clientes mas que, inevitavelmente, é usado por criminosos para levantar dados pessoais de vítimas no planejamento de ações criminosas”, diz o relatório da PF.
Os investigadores conseguiram estabelecer que as contas utilizadas para acessar os dados de Marielle estavam vinculadas a Lessa, incluindo o e-mail e os cartões de crédito utilizados para manter a conta. A PF destaca que Lessa mantinha a esperança de ser absolvido, mas decidiu colaborar após Élcio romper o “pacto de silêncio”.
Com informações do Diário do Centro do Mundo.
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