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Cemig anuncia investimento de R$ 300 milhões no Norte de Minas

27 de junho de 2019, 08h54 | Por Carlos Lindenberg

by Carlos Lindenberg

A energia solar fotovoltaica avança em território mineiro. A Cemig anunciou aportes de R$ 300 milhões em geração e distribuição de energia solar no Norte do Estado, durante o II Debate Público Energia de Fontes Renováveis: A Construção do Desenvolvimento Sustentável, realizado nesta terça-feira (25/06/19), na ALMG, pela Comissão das Energias Renováveis e dos Recursos Hídricos, presidida pelo deputado Gil Pereira. O presidente da Cemig, Cledorvino Belini, informou que metade desses recursos virão da companhia energética e os outros 50% da iniciativa privada, com a publicação da licitação prevista para o início do mês de julho. O projeto estará sob responsabilidade da subsidiária Cemig – Geração Distribuída (GD). “Até o fim deste ano, queremos atingir a marca de 60 MW na modalidade”, afirmou ele.

Cerca de 400 pessoas ligadas ao setor lotaram o Auditório José Alencar para ouvir os mais de 20 expositores e participar do debate, que tratou do incremento e da regulação da produção das energias renováveis, incluindo a solar fotovoltaica, eólica, de biomassa e biogás.

Ao reconhecer o potencial diferenciado do Norte de Minas para o aproveitamento da energia solar, Cledorvino Belini revelou a meta estabelecida pela Cemig de atingir 1 GW em geração distribuída em curto prazo, significando 5 bilhões de investimentos. “Para isso, estamos realizando parcerias com o setor privado, pois o mercado mostra o seu apetite para esses novos empreendimentos”, afirmou o presidente da estatal mineira.

Leilões
Ao destacar a liderança de Minas Gerais na geração distribuída de energia fotovoltaica (placas solares instaladas em telhados residenciais, condomínios e empresas), o deputado Gil Pereira apontou também a importância dos leilões de energia realizados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), destinados à geração centralizada (grandes usinas) e à ampliação das linhas de transmissão. O próximo certame será no dia 28 de junho, para o qual Minas tem inscritos 74 projetos, que somam 2.770 megawatts (MW), sendo 2.400 a serem gerados por fonte fotovoltaica.

“Temos como gerar energia elétrica a partir de diversas fontes renováveis, sendo necessária a ampliação dos investimentos também nas linhas de transmissão para escoamento da produção. Por exemplo, está prevista a conclusão de uma subestação em Janaúba de 1,350 GW, entre 2021 e 2022. Entretanto, se os empreendimentos concorrentes no dia 28 de junho vencerem a licitação, já poderá ocorrer defasagem dessa nova subestação. Há dois projetos inscritos para geração de 1 GW e de 750 MW, cada, além de outro de 570 MW. Estamos falando em investimentos que superam R$ 10 bilhões. A curto prazo, pois uma usina solar desse tipo entra em operação no prazo de 3 ou 4 anos, no máximo”, citou o deputado Gil Pereira, ressaltando a importância do planejamento adequado pelos órgãos federais e da celeridade do licenciamento estadual.

O deputado Gil Pereira defendeu a participação do Estado em toda a cadeia produtiva da energia solar, com incentivos para a fabricação de componentes de placas fotovoltaicas em Minas Gerais. Ele também propôs o mesmo tratamento tributário da fonte fotovoltaica para as energias eólica, de biomassa e biogás e eólica. Segundo o parlamentar, “o governador Romeu Zema está avaliando a viabilidade desta medida”.

Recursos federais
O secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia (MME), Reive Barros, informou que Minas Gerais deve receber cerca de 10% dos recursos federais destinados às energias renováveis. A previsão é que até 2027 o governo federal invista cerca de R$ 400 bilhões no setor elétrico, sendo R$ 226 bilhões em geração centralizada, R$ 60 bilhões em geração distribuída e R$ 108 bilhões em transmissão. As renováveis (hídrica, eólica, solar e biomassa) devem receber R$ 120 bilhões, cabendo a Minas em torno de R$ 12 bilhões para esse tipo de energia.

Além de vários parlamentares, o evento contou as seguintes participações: diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Luiz Eduardo Barata Ferreira; assessor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Rodrigo Santana; presidente do Sindicato da Indústria de Fabricação do Álcool de Minas Gerais, Mário Campos Filho; secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Manoel Vitor de Mendonça Filho; presidente da Associação Brasileira dos Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), Marcos Aurélio Madureira; analista de Pesquisa Energética e Coordenador dos Estudos de Transmissão da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maxwell Cury Júnior; vice-presidente da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), Márcio Danilo Costa; presidente da Associação Brasileira de Geração Distribuída (ABGD), Carlos Evangelista; diretora jurídica da ABGD, Marina Meyer; superintendente estadual do Banco do Nordeste (BNB) – Norte de MG e ES, João Nilton Castro Martins; presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), Elbia Silva Gannoum; e vice-presidente de Geração Distribuída da ABSolar, Bárbara Rubim.

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