Por: Hoje em dia/ Blog do Lindenberg
Dois fatos que não podem passar desapercebidos por qualquer blog ou site que se preze: o Supremo Tribunal Federal formou maioria para condenar o ex-presidente Fernando Collor de Mello à prisão. Ou seja, de pouco adiantou o tenente-coronel e ajudante de ordem do ex-presidente Jair Bolsonaro, Mauro Cid, entrar mudo e sair calado, ontem, quando esteve depondo, preso, na Polícia Federal.
Não menos importante foi a condenação na quinta-feira do ex-presidente Collor de Mello pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O ex-presidente e ex-senador é acusado de receber R$ 30 milhões em propina. A pena poderá passar de 33 anos de prisão. A menos que o Supremo Tribunal Federal imponha uma outra pena, como alternativa, por exemplo, o uso de tornozeleira eletrônica. Ou como outra alternativa fazer como o ex-presidente francês, Nicolas Sarkozy, que usa uma pulseira eletrônica.
Mas tudo pode acabar na Câmara dos Deputados, onde reina o presidente Arthur Lira. Lira pode mandar a situação para o corregedor, que dará um prazo para Deltan Dallagnol e o caso se enrolar. É bom lembrar, no entanto, que Arthur Lira é do bloco “centrão”, que costuma cobrar do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva um preço cada vez mais caro, como aliás, tem sido a prática desse grupo. É preciso saber se Lula pagará o preço estipulado por Arthur Lira. E tudo por causa de um cartão de vacinas, quando se sabe que o tenente-coronel Cid tinha todas as prerrogativas dadas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, inclusive de tirar dinheiro por qualquer me dá aquela prata.
Quinta-feira, em visita ao Senado, o ex-presidente Bolsonaro andou maneirando sobre o atual governo, dizendo até mesmo que não fará uma oposição radical ao governo do presidente Lula. O problema, para Bolsonaro, é que além do silêncio de Dias há uma degravação do celular de Jair Bolsonaro, de forma que se manter em silêncio teria sido uma boa estratégia do coronel Cid, até por que não se sabe o que os dois conversaram pelo telefone. O que se sabe é que o tenente-coronel Cid tinha livre acesso ao ex-presidente, tornando-se mais que um ajudante de ordens, desses que batem continência à chegada do chefe.
Não deixa de ser interessante a entrevista do ministro Gilmar Mendes ao Correio Braziliense e à tevê Brasília quando diz que a mídia foi cúmplice da Lava-jato e até hoje não fez a sua mea-culpa. Ora, o ministro sabe que a mídia jamais faria mea-culpa pelos excessos cometidos durante a operação Lava-jato. E nem fará. O ministro sabe que a mídia de certo modo é prepotente e não fará nada sobre isso, mas da mesma forma o ministro do STF também concorda que houve falhas do Superior Tribunal de Justiça e do Tribunal Regional da quarta região. Para o ministro Gilmar Mendes “até se poderia abrir uma espécie de comissão da verdade sobre esse tema”.
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