Por Poder 360
A deputada Bia Kicis (PSL-DF) foi eleita nesta 4ª feira (10.mar.2021) presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara. Aliada do presidente Jair Bolsonaro, ela recebeu 41 votos. Outros 19 deputados votaram em branco.
A sessão para eleger o comando da principal comissão da Casa começou com atraso de 1 hora e meia e com bate-boca entre os deputados.
No início da reunião, os congressistas contestaram o fato de o deputado Felipe Francischini (PSL-PR) estar presidindo a sessão, sendo que ele não integra o colegiado. A oposição chamou a eleição de “ilegal“.
Francischini foi o último presidente da CCJ, eleito em 2019. Os deputados afirmaram que seu mandato se encerrou em agosto de 2020 e, como ele não permaneceu na comissão, não poderia presidir a sessão de votação. Francischini disse que era seu direito, como último presidente, comandar a votação, mesmo não sendo mais parte do colegiado.
Apesar dos pedidos de fala por parte dos deputados, Francischini cortou o microfone dos congressistas durante suas manifestações. Por fim, a maioria decidiu que o deputado mais velho que fosse membro da CCJ, Mauro Lopes (MDB-MG), assumiria a sessão.
Em uma das únicas falas permitidas na reunião, o PT (Partido dos Trabalhadores) declarou rejeição ao nome de Bia Kicis como candidata à presidência. “Bia Kicis tem sido, colega parlamentar, lamento, uma adversária da Constituição“, disse a deputada Maria do Rosário (PT-RS).
A deputada Fernanda Melchionna (Psol-RS) lançou candidatura à presidência da CCJ em oposição a Kicis por considerá-la inapta para presidir o colegiado. Melchionna afirmou que Kicis é investigada por atos com pautas antidemocráticas, sendo alvo de inquérito no STF (Supremo Tribunal Federal).
Melchionna afirmou que não poderia apoiar a eleição de Kicis porque a deputada é “uma extremista”.
Mauro Lopes rejeitou a candidatura de Melchionna. Disse que candidaturas fora do acordo de líderes não seriam aceitas. Melchionna afirmou que é a líder do Psol e não concordou com o acordo firmado anteriormente. Lopes afirmou que ela poderia apelar depois do fim da sessão e anunciou o início da votação.
Após ser eleita, Kicis disse que não iria comentar as acusações e comentários dos deputados, que ela chamou de “narrativas injuriosas” e “falsas acusações“. A congressista afirmou ainda que nunca agiu contra as instituições brasileiras. “Jamais em minha vida cometi qualquer ato contra uma instituição brasileira ou qualquer outro ato antidemocrático“, disse.
A deputada comemorou ser a 1ª mulher a assumir a presidência da CCJ. E afirmou que irá liderar o colegiado com “paciência, serenidade e fé“.
Foto: Sérgio Lima/Poder360