Por Metrópoles
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou de um evento com petroleiros no Rio de Janeiro, na manhã desta terça-feira (29/3). A discussão central da reunião foi a política de preços da Petrobras, a qual o político afirmou que pretende mudar, além de investir em refinarias para que o país se torne autossuficiente em petróleo.
Em seu discurso, o provável candidato à Presidência citou uma briga de narrativas sobre a companhia. “Eles conseguiram construir uma ideia de que foi o roubo da Petrobras que trouxe prejuízo. O que fizeram com a Petrobras foi crucificar a mais importante empresa que nós tínhamos no Brasil”, disse.
“Hoje, para defender a Petrobras, é preciso construir um discurso para a pessoa que está cozinhando com lenha na calçada, porque não tem gás, para que ela perceba que aquela luta é dela”, disse.
Lula também censurou Jair Bolsonaro. “Não adianta ficar assistindo a um jogar a culpa em quem não tem. A culpa é efetivamente do presidente e da direção de Petrobras”, completou, sobre o alto preço do combustível.
O político criticou a possível venda da Eletrobras, defendeu que Eletrobras e Petrobras são peças importantes para a soberania do Brasil e apostou na energia limpa. “Nós temos que lembrar que esse é um país com potencial de energia limpa tão extraordinária, que não devemos nada a ninguém. Você tem energia eólica, energia solar, energia de biomassa, energia hídrica. É só a gente se adequar”, analisou.
Lula apontou ainda para a importância do investimento em refinarias: “Esse país precisa ter novas refinarias ou pegar as que estão velhas, sucateadas, e tentar fazer uma renovação. Fazê-las produzir mais, melhorar a qualidade do combustível que produzimos e fazer novas. Por que? Porque o Brasil tem que ser exportador de derivado de petróleo, o Brasil não precisa comprar petróleo cru”, afirmou.
Participaram da reunião representantes da Federação Única dos Petroleiros (FUB), ex-diretores da Petrobras, a presidente do Partido dos Trabalhadores, Gleisi Hoffmann, assim como os políticos Lindbergh Farias, André Ceciliano e Marcelo Freixo.
Agendas no Rio
Apesar de não ter batido o martelo sobre candidatura, o petista é um dos nomes mais cotados para disputar as eleições presidenciais de 2022. Recentemente, explicou que espera “conversas com algumas forças políticas” e deseja fazer uma viagem pelo Brasil.
“Eu não quero ser apenas o candidato do PT, eu quero ser candidato de um movimento para restabelecer a democracia neste país”, explicou à rádio Som Maior, de Criciúma, Santa Catarina, na última semana.
No sábado (26/3), ele participou de outro encontro no estado do Rio. Esteve no evento de celebração dos 100 anos do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), em Niterói, na região metropolitana.
Durante os discursos, representantes da legenda de esquerda anunciaram que a direção nacional do partido oficializou o apoio a Lula na corrida à Presidência da República.
Foto: Aline Massuca/Metrópoles