Por DCM
O comandante do Exército, general Tomás Ribeiro Paiva, lançou uma ofensiva, junto ao Ministério de Defesa, para tentar evitar desgastes na imagem das Forças Armadas diante do avanço das investigações na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos Golpistas. A comissão investiga a atuação de militares nos ataques promovidos por bolsonaristas na sede dos três poderes em 8 de Janeiro.
Na última semana, Tomás Paiva se reuniu com o presidente da CPMI, Arthur Maia (União-BA), com a relatora Eliziane Gama (PSD-MA) e com o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), líder do governo no Congresso. Ele reforçou a necessidade de “preservar a instituição”, “individualizar as condutas” e não fazer generalizações que afetem a imagem do Exército.
Durante os encontros, em nenhum momento Paiva tratou sobre a blindagem a militares específicos, mas deixou claro que a preocupação é com requerimentos de convocações e quebras de sigilo de generais e outros militares graduados, segundo pessoas que estavam presentes.
“O que ele deseja é que seja separada a conduta individual de pessoas que são membros das Forças Armadas da instituição. É uma preocupação bastante razoável para ele como comandante”, disse Arthur Maia ao GLOBO.
As reuniões aconteceram após os depoimentos do tenente coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, do coronel Jean Lawand Júnior e do sargente Luis Marcos Reis, ex-assessor de Bolsonaro.
A avaliação do Exército é que não há como evitar o desgaste com os depoimentos, mas há o receio de que a CPI continue a avançar sobre os oficiais. O Alto Comando também informou que “as reuniões ocorridas são institucionais e visam proporcionar aos diversos órgãos um melhor conhecimento sobre a Força”.
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