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Combustíveis: NTU ataca “medidas paliativas” e prevê alta de tarifas Em nota, associação cobra adoção de "medidas efetivas" para estabilizar preço do diesel e alerta para alta generalizada de tarifas de ônibus

22 de junho de 2022, 16h26 | Por Redação ★ Blog do Lindenberg

by Redação ★ Blog do Lindenberg

Por Metrópoles

A Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU) divulgou uma nota, nesta quarta-feira (22/6), cobrando a “adoção de medidas efetivas” para estabilizar o preço do diesel, diante dos constantes aumentos. No posicionamento, a entidade manifesta “profunda preocupação” com os impactos dos reajustes sobre o setor de transporte público coletivo e critica o que chama de “medidas paliativas” em estudo pelo governo federal e pelo Congresso.

“No momento em que o governo federal e o Congresso Nacional discutem adotar medidas paliativas para enfrentar a alta do preço dos combustíveis, como um ‘vale-caminhoneiro’, a Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU) vem a público manifestar sua profunda preocupação com os impactos dos sucessivos reajustes de preço do óleo diesel e pedir a adoção de medidas efetivas para a estabilização dos preços desse insumo fundamental para a economia, que contemplem igualmente o transporte de cargas e o transporte público coletivo, responsável por realizar 43 milhões de viagens diariamente e atender principalmente passageiros de menor poder aquisitivo”, registra a nota da entidade.

A NTU faz um alerta, em tom de ameaça, sobre o “risco de aumento generalizado das tarifas” e o que prevê como “inevitável descontinuidade da prestação dos serviços de ônibus urbano”, caso não sejam adotadas “políticas imediatas de compensação” por parte do Congresso Nacional e do governo federal.

Na sexta-feira (17/6), a Petrobras anunciou um reajuste de 14,2% no valor do diesel e 5,18% na gasolina.

“Cabe ao Congresso Nacional dar um primeiro passo efetivo para o reequilíbrio do setor, por meio da votação do PL 4392/2021, que cria o Programa Nacional de Assistência à Mobilidade dos Idosos em Áreas Urbanas (PNAMI) para custear a gratuidade no transporte público urbano para idosos acima de 65 anos, a partir de repasses de recursos federais para estados e municípios cobrirem esses custos junto aos sistemas de transporte público locais”, cobra a nota.

“É necessária, ainda, uma política de preços diferenciada para o diesel consumido pelo transporte público, de longo prazo, que traga estabilidade e previsibilidade, a exemplo do diesel usado por embarcações, que há 25 anos conta com subsídios do governo federal.”

De acordo com a associação, o diesel corresponde a 33,7% do custo total dos serviços de transporte público, ficando atrás apenas dos gastos com mão de obra.

Além disso, a nota afirma que as empresas de transporte têm acumulado prejuízos que chegam à marca de R$ 27,7 bilhões desde o início da pandemia de Covid-19, e que, apesar das ações de prefeitos e governadores para estancar a crise, o governo federal não adotou “qualquer medida” para evitar o problema.

“A NTU reitera o alerta sobre os riscos de faltar ônibus para circular, caso os sucessivos aumentos de custos não sejam compensados de alguma forma. Os operadores não têm fôlego financeiro para enfrentar novos aumentos do diesel e serão obrigados a reduzir a oferta dos serviços, sob pena de falência generalizada”, diz a manifestação.

“Restam, portanto, duas opções para os governos locais evitarem a ruptura nos serviços de transporte: ou repassam os aumentos para as tarifas que remuneram os operadores, conforme os contratos vigentes em cada local – o que prejudicará diretamente a parcela mais carente da população – ou subsidiam esse reajuste”, finaliza.

Foto: Aline Massuca/Metrópoles

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