A repórter Patrícia Campos Melo, da Folha de São Paulo, volta a surpreender o mundo político hoje com longa matéria sobre o uso de “boots” durante a campanha eleitoral de 2018. Segundo a repórter, a mesma que no início do ano denunciou o uso de milhões de disparos em favor do candidato Jair Bolsonaro, empresas brasileiras de diversos tipos e tamanhos, como açougues, lava jatos, entre outras, certamente como testas de ferro de grandes companhias, contrataram a empresa “Enviawhatsapps”, do espanhol Luis Novoa , para fazer disparos em massa para beneficiar o candidato do PSL. As informações aparecem em gravações em poder da Folha e nos áudios ele confessa que não sabia qual o tipo de mensagem ele estava disparando e só desconfiou quando a própria WhatssApp cortou suas linhas telefônicas por mau uso no Brasil. A WhatsApp admitiu o corte das linhas mas não quis dar detalhes, informando à repórter ter comunicado o fato à empresa que fazia os disparos, de propriedade do espanhol.
Segundo a Folha, não há indicações de que Bolsonaro soubesse que essas empresas estavam fazendo disparos em seu favor. O problema neste caso, que está sendo apurado no TSE, é que atualmente é proibida a doação de empresas para campanhas eleitorais, assim como doações não declaradas de pessoas físicas também. O espanhol explica que “eles – as empresas – contrataram o software pelo nosso site, fazíamos a instalação e pronto. Como eram empresas achamos que era normal. Temos muitas empresas que que fazem marketing comercial por WhatsApp”, explica o espanhol na gravação em poder da Folha. Esse pode ser o assunto do dia no noticiário político a despeito de no Senado a Comissão Especial da Câmara estar debatendo o relatório sobre a reforma da Previdência que na semana que vem deverá ir a plenário. E no Senado deve ser votado hoje o parecer que suspende decretos das armas.