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O Caso Moro versus o Caso Dreyfus

21 de junho de 2019, 20h38 | Por Carlos Lindenberg

by Carlos Lindenberg

Nem a substituição do general Floriano Peixoto pelo major da PM do Distrito Federal, Jorge Antônio, na secretaria geral da Presidência da República foi capaz de substituir o incômodo que o blogueiro Reinaldo Azevedo causou na posição política do ministro da Justiça e ex-juiz Sérgio Moro. Pesquisando no site do The Intercept Brasil, Reinaldo Azevedo descobriu que o ministro teria cometido perjúrio, isto pé, mentiu ao dizer na Comissão de Constituição e Justiça do Senado que não interveio na relação dos procuradores que deveriam inquirir o ex-presidente Lula no seu primeiro depoimento diante do então juiz Sérgio Moro. Usando as mensagens divulgadas no primeiro lote de troca de recados entre Moro e o procurador Dallagnol, Reinaldo Azevedo mostrou que Moro pediu a substituição de uma procuradora para o depoimento de Lula – e foi atendido. Para o blogueiro, Moro perdeu a imparcialidade imposta ao juiz no artigo 254 do Código de Processo Penal e beneficiou a acusação. Para Reinado Azevedo, isso seria suficiente para a nulidade do processo.
Aliás, a propósito de processo, no dia 25 agora está marcada uma reunião da segunda turma do Supremo para o julgamento do recurso interposto pela defesa em que pede exatamente a nulidade do processo pela parcialidade do juiz Sérgio Moro. A Procuradora Geral da República, Raquel Dodge, entrou ontem com uma ação contrária a essa nulidade, alegando que não se pode dar credibilidade aos textos divulgados pelo The Intercept Brasil, no que foi contestada pela defesa de Lula que defende a tese de que o pedido de nulidade é muito anterior à divulgação do site do jornalista Glen Greenward , é de 2018, embora a sua publicação agora só tenha vindo explicitar mais ainda o caráter discricionário com que se portou o então juiz Sérgio Moro, no julgamento de Lula, a tal ponto que chegou a afirmar em algum momento que o ex-presidente “deve apodrecer na cadeia”, culminando com a condenação de Lula quando ele liderava, já depois de condenado,  a corrida presidencial, beneficiando seu principal adversário, afinal vitorioso, tornando-se a convite deste seu ministro da Justiça e da Segurança Pública.
Pois bem, esse julgamento do dia 25 está ameaçado de não se realizar, Uns dizem pelo clima político criado em Brasília pela possibilidade de o processo vir a ser anulado pelas intromissões do juiz Sérgio Moro em favor da acusação – este caso do afastamento da procuradora não teria sido o único. Outros alegam que há outros processos em fase mais adiantada e que devem ser julgados primeiro. O fato, no entanto, é que o julgamento está marcado para o dia 25, segunda-feira.

Ouça o comentário do Reinaldo Azevedo:

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