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Comitê de Política Monetária do Banco Central eleva Taxa básica de juros de 2% para 2,75% ao ano Foi a primeira alta em quase 6 anos; previsão do mercado é de novo ciclo de alta com estimativa para taxa em 4,5% ao ano no fim de 2021.

18 de março de 2021, 06h23 | Por Redação ★ Blog do Lindenberg

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O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) decidiu na quarta-feira (17), de forma unânime, elevar a taxa básica de juros da economia (Selic) em 0,75 ponto percentual, para 2,75% ao ano. Em quase seis anos, foi a primeira vez desde de 2015, quando essa taxa  passou de 13,75 para 14,25% ao ano.  Ao justificar a decisão, o Copom afirmou que o cenário atual da economia não pede “grau de estímulo extraordinário” e que as expectativas de inflação superam a meta no “horizonte” da política monetária.

“Na avaliação do comitê, uma estratégia de ajuste mais célere do grau de estímulo tem como benefício reduzir a probabilidade de não cumprimento da meta para a inflação deste ano, assim como manter a ancoragem das expectativas para horizontes mais longos”, disse o Copom em nota.

A taxa básica da economia da Selic vem como referência para outras taxas de juros (financiamentos) e para remunerar investimentos por ela corrigidos. Portando,  a indicação é que o consumidor pague mais caro.

A possibilidade de um novo aumento da mesma magnitude ficou em aberto pelo BC para a próxima reunião, que será em realizada em 45 dias.  Cumprindo essa previsão, os juros básicos da economia podem saltar para 3,50% ao ano, o maior patamar desde maio do ano passado (3,75%), avaliam também especialistas do setor.

“Para a próxima reunião, a menos de uma mudança significativa nas projeções de inflação ou no balanço de riscos, o Comitê antevê a continuação do processo de normalização parcial do estímulo monetário com outro ajuste da mesma magnitude”, diz o comitê.

Desde agosto do ano passado, praticamente estreando o Brasil  sobre os  impactos da pandemia global do novo coronavírus, os juros estavam em seu patamar mínimo histórico (2% ao ano).  O Copom  fez mais de duas reuniões sem alterações na Selic até o reajuste anunciado ontem.

Na avaliação do BC, os indicadores divulgados recentemente como o Produto Interno Bruto (PIB) do quarto trimestre de 2020 — indicam recuperação “consistente” da economia, mas ainda não representam os efeitos da explosão no número de casos e mortes causadas pela covid-19, com sistemas de saúde em todo o país entrando em colapso.

“Essas leituras, entretanto, ainda não contemplam os possíveis efeitos do recente aumento no número de casos de covid-19. Prospectivamente, a incerteza sobre o ritmo de crescimento da economia permanece acima da usual, sobretudo para o primeiro e segundo trimestres deste ano”, explica o Copom”.

Analistas do setor já indicavam decisão, já que desde a última reunião, quando o BC fez uma mudança importante no comunicado que costuma divulgar após os encontros, excluindo um termo técnico chamado “forward guidance”. Na prática, segundo eles, era como se o Copom retirasse a promessa de não elevar os juros, abrindo a possibilidade de um reajuste se as condições da economia justificassem esse movimento.

O Ministério da Economia elevou a projeção de inflação para 2021, passando de 3,23% para 4,4% na manhã dessa quarta-feira. Com o novo aumento, a expectativa de inflação do mercado continua acima da meta central deste ano, de 3,75%.

Fixação

O Copom fixa a taxa básica de juros com base no sistema de metas de inflação, olhando para o futuro, pois as decisões demoram de seis a nove meses para terem impacto na economia.

Neste ano, a meta central é de 3,75%, mas o IPCA pode ficar entre 2,25% a 5,25% sem que a meta seja formalmente descumprida. Para 2022, a meta central é de 3,5% e será oficialmente cumprida se o índice oscilar de 2% a 5%.

Em 2020, pressionado pelos preços dos alimentos, o IPCA somou 4,52%, acima do centro da meta para o ano, que era de 4%, mas dentro do intervalo de tolerância. Foi a maior inflação anual desde 2016.

 

 

Foto: Marcelo Casal

Com Agência Brasil

 

 

 

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