Home Covid-19 Compras de medicamentos de intubação foram canceladas pelo Ministério da Saúde em agosto

Compras de medicamentos de intubação foram canceladas pelo Ministério da Saúde em agosto

20 de março de 2021, 10h01 | Por Redação ★ Blog do Lindenberg

by Redação ★ Blog do Lindenberg

A Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp) divulgou uma “carta aberta” na qual pede que o Ministério da Saúde tome medidas urgentes diante do risco de falta de medicamentos para entubação de pacientes com Covid-19 nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI) no Brasil.

O documento encaminhado nesta sexta-feira (19), da entidade que representa 118 hospitais particulares, aponta desorganização na aquisição dos medicamentos.

“Nos últimos dois dias, houve várias requisições, desorganizando a cadeia de suprimentos e privando hospitais dos recursos necessários já contratados para atender à crescente demanda de pacientes com a Covid-19″, escreveu a entidade.

A falta de medicamentos para intubar pacientes, incluindo anestésicos e bloqueadores musculares foi foi pauta de muitos questionamentos,já que o Brasil está em colapso em várias cidades pelo número insuficiente de vagas nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI) e de pacientes que não param de chegar aos hospitais como mostrado ao longo da semana pelas as Secretarias de Saúde de centenas de cidade e municípios brasileiros.

Um ofício do Conselho Nacional de Saúde (CNS) indica que, em agosto do ano passado, o Ministério da Saúde cancelou uma compra do chamado “kit intubação”.

A recomendação de número 54 do CNS, publicada no dia 20 de agosto do ano passado, diz que: “Considerando que em 12 de agosto de 2020 a Operação Uruguai II, executada pelo Ministério da Saúde para aquisição de medicamentos do kit intubação foi cancelada, sem que seus motivos fossem esclarecidos.”

A operação citada pelo conselho seria executada pelo Ministério da Saúde para importar medicamentos do Uruguai. A Operação Uruguai I, por exemplo, garantiu a aquisição de 54.867 unidades de medicamentos usados no auxílio da intubação de pacientes em UTI, de acordo com dados da pasta federal. No entanto, a segunda viagem que buscaria mais insumos acabou sendo cancelada sem motivos.

O cenário atual já havia sido desenhado pelo CNS no ofício de agosto do ano passado. O órgão já desenhava uma situação de desabastecimento dos medicamentos, o que colocaria em risco o atendimento aos pacientes com quadro grave da COVID-19.

“Considerando que o desabastecimento desses medicamentos coloca em risco toda a estrutura planejada para o atendimento de saúde durante a pandemia do novo coronavírus, pois mesmo com leitos disponíveis, sem esses medicamentos não é possível realizar o procedimento, podendo levar todo o sistema de saúde ao colapso.”

Nesta semana, o Ministério da Saúde requisitou os estoques da indústria de medicamentos que compõem o “kit intubação”, incluindo anestésicos e bloqueadores musculares, para abastecer a rede do Sistema Único de Saúde (SUS) por 15 dias.

O ex-presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ),cobrou uma investigação para averiguar o cancelamento da compra de medicamentos sem justificativa por parte do Ministério da Saúde.

“É muito grave a informação da “CNN”, mostrando que o governo cancelou a compra de medicamentos para intubação em plena pandemia, em agosto do ano passado. Apenas uma investigação séria para entender e atribuir responsabilidades”, publicou o parlamentar em uma rede social.

O Ministério da Saúde informou à imprensa que fez uma requisição administrativa de 665,5 mil medicamentos para entubação no período de 15 dias. De acordo com a pasta, a requisição não inclui o estoque já contratado previamente pelos estados e municípios junto aos fabricantes.

 

Com Estado de Minas
Foto: Reuters

LEIA TAMBÉM

Envie seu comentário