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“Conduta do presidente Bolsonaro difere da minha”, diz Barra Torres O diretor-presidente da Anvisa disse que, se tivesse refletido, não teria participado de um ato com o chefe do Executivo em 2020

11 de maio de 2021, 14h21 | Por Redação ★ Blog do Lindenberg

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Por Metrópoles

O presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres, afirmou, nesta terça-feira (11/5), ser “contra qualquer tipo de aglomeração” e destacou que “a conduta do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) difere” da dele, que tem sido pautada pela ciência.

“Qualquer coisa que fale de aglomeração, usar álcool, usar máscara são coisas que não têm sentido do ponto de vista sanitário”, declarou Barra Torres à CPI da Covid-19, ao ser questionado sobre o ato do presidente Bolsonaro com motociclistas no último domingo (9/5).

“Destarte a amizade que tenho pelo presidente, a conduta do presidente difere da minha neste sentido. As manifestações que faço têm sido no sentido do que a ciência determina”, disse ele ao ser perguntado sobre a conduta de Bolsonaro.

O presidente da Anvisa explicou que na época em que participou de um ato com Bolsonaro não havia determinação quanto às máscaras, mas, que se tivesse refletido melhor, não teria participado do ato.

“Fui ao Palácio do Planalto e quando cheguei o presidente foi em direção ao público. Cumprimentei com o cotovelo, que era o cumprimento preconizado na época, ainda não se usava esse toque de mão, tirei fotos e aguardei, tratei do assunto que fui tratar e cada um foi para seu lado”, disse Barra Torres à CPI.

“É óbvio que a imagem que isso passa, se eu tivesse pensado 5 minutos, não teria feito”, declarou ele. “Foi um momento que não refleti a imagem que passaria. Depois disso, nunca mais houve esse comportamento meu”, acrescentou.

O presidente da Anvisa destacou ter usado máscara nas últimas vezes em que participou de uma live com Bolsonaro, e que isso causou estranheza na imprensa.

Outros depoimentos

Barra Torres é o quarto depoente da CPI da Covid-19. Antes, os senadores ouviram os esclarecimentos dos ex-ministros Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich, além do atual chefe da Saúde, Marcelo Queiroga.

Nesta semana, o colegiado também realiza oitivas com o ex-secretário de Comunicação Social Fábio Wajngarten e representantes da farmacêutica Pfizer.

O ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello só será ouvido em 19 de maio, uma vez que teve contato com duas pessoas infectadas pelo novo coronavírus.

A CPI da Covid-19 tem o objetivo de investigar as ações e omissões do governo federal no enfrentamento à pandemia e, em especial, no agravamento da crise sanitária no Amazonas com a ausência de oxigênio, além de apurar possíveis irregularidades em repasses federais a estados e municípios.

Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

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