Por Itatiaia
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) afastou a juíza Ludmila Lins Grilo, magistrada da Vara de Infância e Juventude da comarca de Unaí, região Noroeste de Minas, e abriu dois processos disciplinares contra a magistrada mineira.
A magistrada é investigada por ataques ao Poder Judiciário em postagens em redes sociais e por se recusar a voltar ao trabalho presencial mesmo sem autorização.
Em 2021, após a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) ter condenado um discurso do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), no dia 7 de setembro, a juíza Ludmila Lins respondeu a postagem da associação criticando o ministro Alexandre de Moraes.
“Ato autoritário é juiz abrir inquérito e figurar como vítima, investigador e julgador ao mesmo tempo. Como associada, aguardo manifestação da AMB sobre isso”, escreveu a magistrada.
A juíza tinha mais de 300 mil seguidores nas redes sociais e teve suas contas suspensas.
Ao votar pelo afastamento de Ludmila Lins, o relator do caso no CNJ, ministro Luis Felipe Salomão disse que ela não cumpre deveres básicos, deixando de comparecer ao fórum mesmo sem ter autorização para realizar teletrabalho, negligenciando a gestão do cartório e deixando de fiscalizar os atos de subordinados. Ele também citou postagens feitas nas redes para defender a abertura de investigação.
Por unanimidade, todos os 15 integrantes do CNJ decidiram pelo afastamento e abertura de investigação. Diante da gravidade das denúncias, a presidente do CNJ, Ministra Cármen Lúcia, pediu serenidade e isenção na apuração dos fatos.
A juíza Ludmila Lins Grilo justificou a ausência ao trabalho presencial a questões de segurança pessoal alegando que recebeu ameaças de morte, mas recusou escolta policial por achar que a medida não resolveria o problema. Ela também afirmou que é alvo de “assassinato de reputação” promovida pelo CNJ e pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais.
Foto: Câmara dos Deputados