Por Metrópoles
O Brasil pode ser um dos primeiros países do mundo a zerar as emissões líquidas de gases do efeito estufa até o ano 2040, segundo pesquisadores brasileiros que participam da Conferência Climática das Nações Unidas (COP27), no Egito. Para os ambientalistas, a reversão das emissões pode ocorrer com uma “relativa rapidez”, já que o lançamento dos poluidores está associado ao uso da terra.
O Brasil é o quinto maior poluidor do mundo, com a emissão de 2,42 bilhões de toneladas brutas de carbono em 2021.
A liberação de poluidores está associada principalmente ao desmatamento, ao fogo associado a essa ação e às atividades agropecuárias.
“Se eliminarmos as emissões por uso da terra, dá uma redução de 77% nas emissões brasileiras em relação a 2005. Se considerarmos a variação de carbono no solo por manejo de pastagem, podemos tirar mais 230 milhões de toneladas que são absorvidas nos solos agrícolas”, explica o coordenador geral do MapBiomas, Tasso Azevedo, no painel “Uso da terra no Brasil: vilão, vítima ou herói da crise climática?”, que aconteceu nesta segunda-feira (14/11) no Brazil Hub.
“E se acrescentarmos nessa conta que é possível reduzir 200 milhões de toneladas de metano, nossas emissões praticamente seriam residuais”, completa. “É muito possível o Brasil ser o primeiro país com emissões líquidas zeradas, em algum momento entre 2030 e 2040.”
A discussão contou com a participação da diretora do Instituto Clima e Sociedade (iCS), Ana Toni, da diretora de Ciência do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), Ane Alencar, e do diretor do programa Amazônia no Centro de Pesquisa do Clima Woodwell, Michael Coe.
Estados Unidos, China e Rússia são as nações que mais poluem no mundo, e são responsáveis pela emissão de poluentes ligados à queima de combustíveis fósseis.
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