As vias de Belo Horizonte que contarão com faixas exclusivas para motocicletas devem ser escolhidas até julho. A previsão é que o novo modelo de mobilidade urbana comece a ser implementado até o final de 2025, com a possibilidade de já estar em operação até o fim deste ano. O tema foi debatido em uma audiência pública realizada nesta quinta-feira (10), na Câmara Municipal da capital, onde foram apresentadas sugestões de avenidas que podem receber os corredores exclusivos.
De acordo com a subsecretária de Operações de Transporte e Trânsito, Jussara Bellavinha, a Prefeitura de BH está avaliando as alternativas para a implantação das motofaixas e já conta com uma lista de possíveis trechos viários.
“As vias têm características distintas, com larguras variadas. Precisamos considerar esses fatores para definir onde será possível instalar as faixas e qual será o melhor formato. A meta é concluir algum projeto até julho e, com recursos de emendas, iniciar as obras ainda neste ano”, explicou.
Durante o encontro, representantes de motociclistas sugeriram que a avenida Tereza Cristina, no sentido Contagem, seja uma das primeiras a receber a faixa exclusiva. Outras avenidas mencionadas foram Cristiano Machado, Antônio Carlos e Pedro I.
O vereador Bráulio Lara (Novo), que destinou R$ 500 mil por meio de emenda impositiva para viabilizar os corredores, propôs que a Prefeitura compartilhe os projetos em andamento com os parlamentares, para que possam contribuir com sugestões e acompanhamento dos estudos.
“O motociclista precisa ser colocado como prioridade no trânsito de Belo Horizonte. Espero que possamos reduzir o número de acidentes envolvendo motos. A motofaixa tem apoio e será um avanço importante. Não podemos deixar a capital para trás nesse aspecto”, declarou o vereador.
Faixa Azul: segurança e reorganização no trânsito
Como já noticiado pelo Hoje em Dia, o projeto das motofaixas — também conhecido como “Faixa Azul” — é uma das apostas da administração municipal para melhorar o tráfego urbano e aumentar a segurança de motociclistas, condutores e pedestres. A Prefeitura já está em contato com a Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran) para viabilizar o modelo.
Atualmente, o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) não prevê a existência de faixas exclusivas para motocicletas. Por isso, a implementação depende de autorização temporária da Senatran. Segundo a Prefeitura, os estudos técnicos de viabilidade estão em andamento, embora ainda não haja uma data definida para a divulgação dos resultados.
O consultor em mobilidade urbana e trânsito, Osias Baptista, afirma que o modelo já tem sido testado em São Paulo, com bons resultados, embora ainda esteja em fase experimental.
“É essencial avaliar se as avenidas de BH comportam esse tipo de estrutura e integrá-las aos corredores de ônibus. Em algumas vias, como a Via Expressa, Antônio Carlos, Pedro I e Andradas, pode ser viável. Já em outras, como Cristiano Machado, Pedro II e Amazonas, a execução é mais difícil”, observou.
Motociclista também, Osias destacou que a faixa exclusiva pode contribuir para a redução de acidentes, mas ressalta a importância da fiscalização.
“Um dos maiores desafios em BH é a ausência de fiscalização sobre o comportamento dos motociclistas. Muitos acabam desrespeitando as regras de trânsito, o que agrava os índices de acidentes”, concluiu.
Com informações do Hoje em Dia.
Foto: Reprodução/TV Globo.
