Por Último Segundo
Os depoimentos agendados para esta semana na CPI da Covid , com Ernesto Araújo na próxima terça-feira (18) e o general Eduardo Pazuello no dia seguinte (19) – ex-ministros da Relações Exteriores e Saúde, respectivamente – causam temor no Planalto, que espera pela semana de maior desgaste desde que a comissão parlamentar de inquérito foi instaurada. As informações são do jornal A Folha de S.Paulo.
A avaliação de senadores é de que as duas principais características dos ex-integrantes do governo Bolsonaro – temperamento explosivo e falta de habilidade política – os coloquem em posição de ‘delatar’ os bastidores do Planalto durante o combate a pandemia. O entendimento é de que o depoimento de Ernesto, na terça (18), ‘pavimentará o terreno’ para a comissão para a fala de Pazuello, marcada para a quarta seguinte (19).
Membros da CPI já articulam qual será a estratégia utilizada para ‘forçar’ Pazuello a detalhar as negociações que ocorreram no Ministério da Saúde na compra de vacinas e na compra de medicamentos que compõem o chamado “tratamento precoce”.
A articulação ocorre de modo a obter informações mesmo após a decisão de Ricardo Lewandowski, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), que autorizou Pazuello a ficar em silêncio diante de perguntas que possam incriminá-lo, mas que o obrigou a falar a verdade em relação a terceiros.
Em relação a Ernesto Araújo, ex-ministro das Relações Exteriores, a comissão busca entender as críticas direcionadas a China – uma das maiores exportadoras de equipamentos de saúde do mundo – e o que levou o Itamraty a buscar o fornacimento de cloroquina ao Brasil, mesmo sem a comprovação científica do medicamento na cura para o novo coronavírus.
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