Por G1
A CPI da Covid aprovou nesta quarta-feira (30) a quebra do sigilo bancário do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello e do agora ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde Roberto Dias.
Roberto Dias também teve quebrado o sigilo telemático e telefônico. No caso de Pazuello, as quebras já estavam aprovadas pela comissão, mas agora avançou para a transferência dos dados fiscais e bancários do ex-ministro.
A transferência dos sigilos dos dados foi aprovada em meio a denúncias de irregularidades, cobrança de propina e pressões envolvendo a aquisição de vacinas contra a Covid-19.
Apontado como um dos que pressionaram pela liberação da vacina indiana Covaxin, Roberto Dias foi exonerado na noite desta terça-feira (29), após o jornal “Folha de S. Paulo” publicar entrevista com o representante da Davati Medical Supply no Brasil, Luiz Paulo Dominguetti.
Ao jornal, o empresário disse que o diretor da Saúde pediu propina de US$ 1 por dose da vacina AstraZeneca para a empresa assinar contrato com o ministério.
Também foram quebrados sigilos de empresários, assessores do governo e representantes do chamado “gabinete do ódio”, um dos objetos de apuração da CPI. O blogueiro Allan dos Santos também foi um dos atingidos.
A CPI aprovou ainda novos requerimentos de convocação de autoridades para prestar depoimento.
Sigilos quebrados
A CPI aprovou requerimentos com diferentes alcances sobre a transferência dos sigilos. Confira lista abaixo.
Tiveram aprovadas as quebras de sigilo bancário, fiscal, telefônico e telemático:
- Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde
- George da Silva Diverio, ex-superintendente do Ministério da Saúde no Rio de Janeiro
- Marcelo Batista Costa, coordenador-geral substituto de aquisições do Ministério da Saúde
- Roberto Ferreira Dias, ex-diretor do Ministério da Saúde
- Empresas Cefa-3 e Lled Soluções
- Celso Fernandes de Mattos, sócio das empresas Cefa-3 e Lled Soluções
- Fábio Rezende Tonassi, sócio das empresas Cefa-3 e Lled Soluções
- Leneir dos Santos Oliveira, sócio da S P Serviços e Locação
- Jean dos Santos Oliveira, sócio-administrador da S P Serviços e Locação
Tiveram os sigilos telefônico e telemático quebrados:
- Marcos Eraldo Arnaud, o “Markinhos Show”, publicitário ligado a Pazuello
- Emanuela Medrades, diretora da Precisa Medicamentos
- Carlos Eduardo Guimarães, assessor próximo à família Bolsonaro
- Mateus de Carvalho Sposito, assessor no Ministério das Comunicações
- Mateus Matos Diniz, assessor no Ministério das Comunicações
- José Matheus Sales Gomes, assessor da Presidência
- Tercio Arnaud Tomaz, assessor da Presidência
- Lígia Nara Arnaud Tomaz, parente de Tercio
- Allan dos Santos, blogueiro
Teve o sigilo bancário e fiscal quebrado:
- A empresa S P Serviços e Locação
Foto: Leopoldo Silva/Agência Senado