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Crise na Câmara de BH pode se agravar com novas exonerações de indicados Grupo do presidente da Casa planeja demitir todos os cargos ocupados por indicados pela Família Aro

29 de agosto de 2023, 13h50 | Por Redação ★ Blog do Lindenberg

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Por Itatiaia

O vereador Henrique Braga (PSDB) até tentou, ao longo do fim de semana, costurar uma reunião entre o presidente da Câmara de Belo Horizonte, Gabriel Azevedo (sem partido), e interlocutores do grupo político ligado ao secretário de Casa Civil, Marcelo Aro, mas não conseguiu. A ideia era acalmar os ânimos depois da agitada sexta-feira (25) em que o acordo entre a chamada Família Aro e Gabriel foi por água abaixo – e tudo indica que pode não ter volta.

Ainda na sexta, Gabriel determinou a exoneração da chefe de gabinete da presidência da Casa, Viviane Souza, e nomeação, no lugar, de Guilherme Papagaio, seu assessor envolvido na polêmica de sexta. Viviane tem ligação direta com o grupo de Aro e atuou como chefe de gabinete na gestão de Nely Aquino (Podemos) na Casa. A demissão da assessora foi interpretada como uma declaração de guerra, e que o desentendimento não deve parar por aí.

A coluna apurou que ainda nesta segunda-feira (28) e ao longo da semana, outros nomes indicados pela Família Aro para cargos na Câmara devem ser exonerados – na conta de aliados de Gabriel, o número passaria de 100, contando entre comissionados e até terceirizados. Para os espaços vagos, a ideia é que Gabriel articule e receba indicações de membros da base do prefeito Fuad Noman (PSD) – o que serviria para neutralizar votos que, numa eventual votação em plenário para cassá-lo, podem ser decisivos, além de construir um novo grupo aliado.

Por outro lado, a Família Aro também reflete qual caminho tomar. Uma das possibilidades, aventada dentro do grupo, é apresentar um pedido de quebra de decoro parlamentar contra Gabriel por conta da gravação feita com o Corregedor da Casa, Marcos Crispim (PSC). Se acontecer e o Corregedor aceitar, como é uma denúncia contra o presidente, o caso seria analisado pela Mesa Diretora da Câmara.

Atualmente, a Mesa é formada, além de Gabriel, pelo vice-presidente Juliano Lopes (Agir), o 2º vice Wesley Moreira (PP), a secretária-geral Marcela Trópia (Novo), o 1º secretário Ciro Pereira (PTB) e pela 2ª secretária Flávia Borja (PP). Numa avaliação à primeira vista, constam três integrantes e aliados da Família Aro (Juliano, Wesley e Borja) e dois vereadores mais próximos de Gabriel (Marcela e Ciro).

Caso a Mesa Diretora também dê sequência ao processo, a quebra de decoro parlamentar, e a consequente cassação de mandato de Gabriel, seria analisada por uma Comissão Processante durante três meses. Para instaurar a comissão, seriam necessários 21 votos e, depois do prazo, na votação do relatório final, precisos 28 votos para cassá-lo.

Foto: Reprodução

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