Por G1
Os irmãos Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) estão em lados opostos na estratégia de comunicação da pré-campanha do pai, dizem aliados de Jair Bolsonaro (PL). E, para eles, essa cisão é a crise com maior “potencial destrutivo” dentre as que o presidente enfrenta na busca pela reeleição.
Os dois irmãos têm papéis diferentes na pré-campanha: o senador, Flávio, está na coordenação política, ao lado do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e do ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira; o vereador, Carlos, é o responsável pelas redes sociais do presidente, mesma função que teve na campanha de 2018.
Flávio defende maior profissionalismo na propaganda e faz parte do grupo do Centrão que aprovou as peças do marqueteiro Duda Lima, do PL de Valdemar Costa Neto. Já Carlos quer reeditar uma estratégia como a de “Bolsonaro 2018”, defendendo que a equipe não está explorando a espontaneidade do presidente nem batendo o suficiente no PT – especialmente, tentando colar no ex-presidente Lula a imagem de corrupção.
Para Centrão, não dá para repetir 2018
Ocorre que, como avalia o Centrão, Bolsonaro de 2022 não tem como repetir 2018 por vários motivos, entre eles, a crise na economia, no preço dos combustíveis – ou seja, problemas reais da população que pedem solução real, não “narrativas virtuais”.
A divergência entre as duas estratégias ficou evidente no início deste mês, quando foram exibidas as primeiras inserções da propaganda partidária do PL, com foco em Bolsonaro, e Carlos zombou publicamente do material: “Vou continuar fazendo o meu aqui e dane-se esse papo de profissionais do marketing…. Meu Deus!”, afirmou o vereador em post de 2 de junho no Twitter.
E, desde então, a situação não foi contornada. Por isso, nos últimos dias, aliados de ambos – como Fabio Wajngarten – foram chamados para tentar mediar o conflito entre irmãos e buscar um meio-termo para a campanha do presidente: nem tão profissional, nem tão espontâneo.
Foto: Flickr/família Bolsonaro