A proposta do Governo de Minas de implantar praças de pedágio na Linha Verde (MG-10) enfrenta mais um opositor. O prefeito interino de Belo Horizonte, Álvaro Damião (União), declarou ser contra a cobrança no trecho da rodovia que passa pela capital. Além da MG-10, o plano estadual prevê a concessão das rodovias MG-424 e LMG-800, ambas na Região Metropolitana de BH, para a iniciativa privada.
Damião afirmou que pretende municipalizar o trecho da Linha Verde, seguindo o exemplo do Anel Rodoviário, que será transferido para a administração municipal após ser retirado da responsabilidade do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). Segundo ele, será apresentada uma proposta ao Governo do Estado para que o trecho da MG-10 em Belo Horizonte seja excluído do pacote de concessões.
O edital para a privatização das rodovias do Vetor Norte já foi publicado pelo governo estadual e tem gerado insatisfação entre moradores das cidades impactadas. A proposta prevê a instalação de 12 praças de pedágio, utilizando o sistema free flow (fluxo livre), que permite a cobrança automática por meio da leitura da placa do veículo, sem necessidade de parar ou reduzir a velocidade.
Assembleia Legislativa discute barrar cobrança
O debate sobre a concessão das rodovias também chegou à Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) será analisada para impedir a cobrança de pedágios em áreas metropolitanas. Diferente de leis convencionais, uma PEC altera diretamente a Constituição do Estado, o que impede que o governador vete a medida.
A proposta foi apresentada pela deputada Bella Gonçalves (Psol), que argumenta que o pedágio compromete a mobilidade urbana e prejudica o deslocamento da população para trabalho e estudo. “A medida é tão impopular que até PL e Psol estão alinhados contra ela. O que precisamos é avançar no transporte metropolitano, garantindo a integração entre ônibus e metrô”, afirmou Bella.
Zema defende concessão das rodovias
O governador Romeu Zema (Novo) reafirmou seu apoio à privatização das estradas e criticou a proposta de impedir a cobrança de pedágios. Durante a posse da nova diretoria da Granbel, ele defendeu que a concessão ajudaria a melhorar a infraestrutura e reduzir congestionamentos.
“Se dissermos que a Região Metropolitana não pode ter pedágio, vamos acabar com um trânsito cada vez mais travado. Só quem conseguir comprar um helicóptero vai ter transporte rápido”, declarou Zema.
Com informações do Hoje em Dia.
Foto: Cristina Medeiros/CMBH.