Recentes casos de assédio sexual na Record têm causado desconforto entre os funcionários, principalmente após a emissora demitir algumas das vítimas que denunciaram o abuso. O repórter Elian Matte, por exemplo, foi demitido após acusar um diretor de Recursos Humanos de assédio sexual, gerando questionamentos sobre a segurança e o compromisso da empresa com um ambiente de trabalho respeitoso. “As vítimas que levaram adiante suas reclamações acabaram demitidas”, relata uma fonte interna.
Em outro caso, a jornalista Rhiza Castro foi demitida apenas dois dias depois de denunciar um diretor da Record News por assédio. A justificativa dada a ela foi de “corte de gastos”, mas a proximidade da demissão com a denúncia sugere retaliação. O mesmo diretor foi demitido 11 meses depois, após fechar um acordo com o Ministério Público para evitar um processo judicial. Com informações do Notícias da TV.
As vítimas de assédio não são as únicas afetadas. Funcionários da Record relataram um clima de insegurança nos bastidores. “O medo de denunciar assédio é real porque você pode perder o emprego”, dizem fontes internas. O silêncio pode ser uma forma de proteção em um ambiente onde a denúncia pode resultar em demissão. A emissora, por sua vez, emitiu um comunicado dizendo que apoia os funcionários que fizerem denúncias, mas não explicou as razões para as demissões das vítimas.
Especialistas em ética empresarial, como Luciana Morilas, criticam a prática de demitir vítimas, afirmando que isso implica uma “grave ofensa ao regramento brasileiro”. Ela ressalta que a demissão das vítimas desestimula outras denúncias e cria um ambiente propício para mais casos de assédio. “Se uma pessoa precisa trabalhar junto com um abusador, ela certamente estará com medo de ser assediada”, observa Morilas.
Com informações do Diário do Centro do Mundo.
Foto: Reprodução.