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Deputada propõe CPI para investigar transporte metropolitano Pedido é motivado por denúncias de má qualidade do serviço e de descumprimento do contrato de concessão do transporte na RMBH.

11 de agosto de 2023, 17h16 | Por Redação ★ Blog do Lindenberg

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Por ALMG

A Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) pode criar uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para investigar denúncias de descumprimento do contrato de concessão do transporte coletivo intermunicipal na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH).

O anúncio foi feito pela deputada Bella Gonçalves (Psol) nesta quinta-feira (10/8/23), durante audiência pública realizada pela Comissão de Assuntos Municipais e Regionalização. O pedido de CPI foi motivado por críticas e questionamentos de pessoas de várias cidades da RMBH apresentados durante a reunião.

A CPI também pretende investigar denúncias de fraude na licitação do transporte coletivo metropolitano. A deputada Bella Gonçalves disse que vai iniciar a coleta de assinaturas para o requerimento da comissão. Para ser submetido à análise da Mesa da ALMG, esse pedido precisa da adesão de pelo menos 26 parlamentares.

“Espero que a ALMG tenha coragem de fazer essa investigação”, afirmou a deputada Bella Gonçalves. Ela citou reportagens que expõem as más condições do transporte de passageiros na RMBH e reclamou que as autoridades estaduais não tomam providências para revogar o contrato com as empresas de ônibus, que foi assinado em 2008 e tem validade de 30 anos.

A deputada Macaé Evaristo (PT), que solicitou a realização da reunião juntamente com Bella Gonçalves, também criticou a falta de compromisso das empresas de ônibus com a qualidade do serviço.

“Falar de transporte metropolitano é falar de um suplício cotidiano para os trabalhadores.” – Dep. Macaé Evaristo

Ônibus sucateados e quadro de horários reduzido

Superlotação, ônibus sucateados, quadro de horários reduzido, ausência de integração de tarifas, altos preços das passagens, falta de acessibilidade para pessoas com deficiência. Essas são as principais reclamações de moradores de várias cidades da RMBH que dependem do transporte coletivo metropolitano.

Algumas pessoas chegam a passar quatro horas por dia dentro de ônibus, em seus deslocamentos para ir e voltar do trabalho em Belo Horizonte. Os preços das passagens também são alvo de críticas. A viagem entre Esmeraldas e a Capital custa R$ 14,55, por exemplo. São R$ 29,10 por dia, que somam pelo menos R$ 582 por mês, para quem precisa ir e voltar todos os dias.

A escassez de ônibus é maior à noite e aos finais de semana e feriados, o que compromete o acesso dos cidadãos dos municípios da Região Metropolitana a Belo Horizonte. A situação piorou após a pandemia de Covid-19. Por isso, os representantes de movimentos sociais que participaram da audiência pública cobraram a retomada do quadro de horários de antes da pandemia.

“Queremos tudo do bom e do melhor porque merecemos e pagamos impostos. É dignidade o que estamos pedindo.” –
Marina de Oliveira Costa
Coordenadora do movimento Mobiliza BH

“Só pega ônibus quem é obrigado; ninguém pega porque quer”, disse o presidente da Associação dos Usuários de Transporte Coletivo da RMBH, Francisco de Assis Maciel.

Para resolver todos esses problemas, o representante do movimento Tarifa Zero, André Henrique de Brito Veloso, defendeu o cancelamento do contrato firmado com as empresas de ônibus. “Não é possível que esse tipo de barbárie continue acontecendo, às custas da dignidade da população”, afirmou.

A presidente da Associação de Defesa da Natureza da Região do Bairro Nacional, de Contagem, Maria Antonieta Pereira, propôs maior controle social sobre o transporte metropolitano. Para ela, seria importante constituir um Conselho Estadual de Transporte Público, com participação de representantes da sociedade civil organizada.

Os moradores da RMBH reclamam de altos preços das passagens e quadro de horários reduzido
Foto: Daniel Protzner

Foto: Daniel Protzner

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