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Deputado Patrus Ananias aponta retrocessos no Auxílio Brasil

13 de agosto de 2021, 14h03 | Por Carlos Lindenberg

by Carlos Lindenberg

A Medida Provisória do Auxílio Brasil é “um retrocesso lamentável, uma farsa”, afirmou o deputado Patrus Ananias (PT-MG), em entrevista hoje na Rádio Câmara sobre a Medida Provisória do Auxílio Brasil. Ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, no governo Lula, Patrus Ananias foi responsável pela implementação do Programa Bolsa Família que, junto com outras políticas públicas, tirou o Brasil do Mapa da Fome.

Para o deputado, a MP sequer apresenta os valores a serem pagos às famílias, jogando essa definição para setembro, e os pagamentos, para novembro. “Portanto, é uma medida provisória no vazio. Além do mais, eu penso: por que mudar o nome? O Bolsa Família é um programa exitoso, tornou-se referência no mundo inteiro, os recursos chegando regularmente, com toda a transparência, a mais de 14 milhões de famílias empobrecidas em todo o território nacional”.

Patrus Ananias lembrou que o Programa Bolsa Família foi construído priorizando a integração com outros programas, nas áreas de Assistência Social, com atendimento nos Centros de Referência da Assistência Social (CRAS) e com medidas para emancipação das famílias, como a capacitação profissional; segurança alimentar, com os bancos de alimentos, restaurantes populares, cozinhas comunitárias e o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA); com a Educação e a Saúde, por meio das condicionalidades de frequência escolar e a necessidade de acompanhamento regular da saúde. “Toda essa integração das políticas públicas na qual se insere o Bolsa Família, tudo isso está sendo desconstituído, e tornando este Auxílio Brasil que ninguém sabe o que é, a não ser uma política demagógica, que sequer apresenta os valores, que sequer apesenta o prazo que vai entrar em vigor, como um programa totalmente dissociado, desvinculado das políticas públicas”.

O ex-ministro de Desenvolvimento Social e Combate à Fome aponta que apesar da Medida Provisória incluir auxílios diversos – esporte, iniciação científica, entre outros – a MP não apresenta nenhuma consistência nesta integração. “Eu defendo com muito vigor a integração das políticas. Cada política pública tem a sua história, tem a sua identidade, mas elas convergem no compromisso comum de promover a vida, das pessoas, das famílias, das comunidades que mais precisam, empobrecidas, promover o bem comum. Essas políticas públicas devem se somar e é exatamente isso que nós fizemos com o Programa Bolsa Família, que agora está sendo totalmente desconstituído”.

“Estamos vivendo hoje um processo de desconstrução das políticas públicas, que infelizmente começou até mesmo antes da era Bolsonaro, ainda no governo Temer, logo depois do golpe que afastou a presidente Dilma, com a Emenda Constitucional 95”, reiterou Patrus. “Há uma antipolítica clara do desgoverno Bolsonaro de desmontar tudo que foi feito especialmente nos nossos governos. Esse projeto não reformula, ele destrói o Bolsa Família”, enfatizou o deputado.

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

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