Por Metrópoles
A deputada Tabata Amaral (PSB–SP) disse nesta quarta-feira (8/3) que está liderando um grupo de parlamentares para apresentar ao Conselho de Ética da Câmara um pedido de cassação do mandato do deputado Nikolas Ferreira (PL-MG). A iniciativa surgiu após um discurso transfóbico no plenário da Casa.
“A transfobia ultrapassa a liberdade de discurso garantida pela imunidade parlamentar. Afinal, transfobia é crime”, disse Tabata.
O deputado mais votado de Minas Gerais, Nikolas Ferreira (PL) usou o momento de fala, na tribuna do plenário da Câmara dos Deputados, para fazer um discurso transfóbico em pleno Dia Internacional da Mulher. Transfobia é um crime com pena prevista de até três anos de reclusão.
Na ocasião, o deputado bolsonarista utilizou-se de uma peruca para dizer que “se sente mulher”. “Me sinto mulher, deputada Nicole, e tenho algo muito interessante para poder falar. As mulheres estão perdendo o seu espaço para homens que se sentem mulheres”, disse.
Após a fala do mineiro, a deputada Tabata Amaral chamou Ferreira de “moleque” e cobrou respeito do parlamentar.
“Estamos falando de um homem que no Dia Internacional das Mulheres tirou nosso tempo de fala para fazer uma fala preconceituosa, criminosa, absurda e nojenta. A transfobia ultrapassa a liberdade de discussão que é garantida pela imunidade parlamentar”, disse.
Tábata Amaral diz que vai pedir cassação de Nikolas Ferreira por fala transfóbica. “Não é homem, é um moleque”.
Deputada do PSB pediu apoio dos colegas para representação que será protocolada no Conselho de Ética. pic.twitter.com/r8JXw1kXtl
— Metrópoles (@Metropoles) March 8, 2023
“Eu, ao lado da bancada do PSB e de muitos outros parlamentares, estou entrando com pedido de cassação do mandato do deputado Nikolas Ferreira”, disse a deputada.
Ainda no plenário, o deputado bolsonarista finalizou a fala dizendo que as “mulheres não devem nada ao feminismo”. “O feminismo exalta mulheres que nada fizeram”, afirmou. Nikolas já responde judicialmente por transfobia contra a deputada Duda Salabert (PDT-MG), que é uma mulher trans.
“Ele é homem. É isso o que está na certidão dele, independentemente do que ele acha que é”, afirmou Ferreira, na época em que ambos eram vereadores em Belo Horizonte (MG).
Foto: Reprodução/TV Câmara