Os produtores de derivados de jabuticaba, em Sabará, região Central de Minas, esperam conseguir maior visibilidade no mercado e valorização com a inclusão de seus produtos no Mapa das Indicações Geográficas do Brasil. A publicação anual é do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e traz os novos produtos e serviços certificados por Indicação de Procedência ou Denominação de Origem até 2019.
A publicação dá mais visibilidade, valorizando e abrindo novos mercados para os produtos contemplados. Foram cinco derivados da jabuticaba incluídos no documento: licor, compota, geleia, molho e casquinha de jabuticaba cristalizada. Apesar de a publicação ser de 2019, os produtos receberam a Indicação de Procedência no final de 2018.O processo durou dois anos.
“Não foi muito complicado conseguir a certificação, porque temos uma tradição forte no município de Sabará na produção desses produtos”, afirma a presidente da Asprodeja, Associação dos Produtores de Derivados da Jabuticaba de Sabará, Meire Ribeiro.
Para obter a Indicação de Procedência, os produtores contaram com o trabalho da Emater-MG, empresa vinculada à Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais. “Nós acompanhamos na capacitação de boas práticas de fabricação, na legalização sanitária e na parte agronômica, com cursos voltados para cultura da jabuticaba. Com relação à Indicação Geográfica, desde o início o escritório local da Emater-MG participou do processo com diversas ações”, explica a coordenador técnica regional em Bem-estar Social, Eugênia Mara Dias Gonçalves.
Os produtos da associação terão um selo concedido pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi). Para usá-lo, os associados participarão de capacitações promovidas pela entidade e a Emater-MG.
“A inclusão desses produtos no Mapa do IBGE é muito importante para divulgar nossos produtos. Vai trazer novos clientes, novos turistas. As pessoas buscam produtos certificados e tradicionais. Vai ser um ganho enorme”, diz Meire Ribeiro.
Na versão de 2019 do Mapa das Indicações Geográficas, três produtos receberam selos de Indicação de Procedência: derivados de jabuticaba de Sabará (MG), cacau de Tomé-Açu (PA) e café verde do oeste da Bahia (BA). A banana de Corupá (SC) recebeu o selo de Denominação de Origem. Com a inclusão dos novos produtos, a lista tem 62 Indicações Geográficas certificadas no Brasil até maio de 2019.
O mapa temático das Indicações Geográficas representa as áreas das Indicações Geográficas brasileiras reconhecidas pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi). O objetivo é representar cartograficamente as áreas produtoras e de prestação de serviço brasileiras que possuem o registro de Indicação Geográfica.
Em Minas Gerais, nove produtos já obtiveram o registro de Indicação Geográfica: o café do Cerrado Mineiro, o café da região da Serra da Mantiqueira, o queijo Minas Artesanal do Serro, o artesanato em estanho de São João del-Rei, o queijo Canastra, a cachaça de Salinas, o biscoito de São Tiago, os derivados de jabuticaba de Sabará e a própolis verde de uma região que abrange 102 municípios.
Foto: Natália Alvarenga