Uma pesquisa inédita revelou que 85% das cidades brasileiras com mais de 100 mil habitantes apresentam níveis alarmantes de desigualdade de gênero, com taxas elevadas de feminicídio, baixa participação política feminina e grandes disparidades salariais. O levantamento, realizado pela organização ‘Tewá 225’, analisou 319 municípios e criou o primeiro ranking nacional sobre a qualidade de vida das mulheres nas grandes cidades do Brasil.
O estudo, que teve acesso exclusivo pela CNN, mostra que 99% das cidades brasileiras têm índices de feminicídio considerados extremamente altos, com mais de 3 homicídios por cada 100 mil mulheres.
Além disso, os dados indicam que nenhuma cidade brasileira obteve um índice satisfatório de igualdade de gênero.
Em relação às capitais, o cenário é igualmente preocupante, com a maioria delas apresentando índices de igualdade de gênero classificados como “Baixo” ou “Muito Baixo”. Apenas Brasília se destaca, com um índice “Médio” de 50 pontos.
A pesquisa também aponta que a Região Norte, especialmente a Amazônia, tem uma realidade alarmante, com quase 97% das cidades apresentando condições muito desfavoráveis para as mulheres.
O estudo, intitulado “Piores Cidades Para Ser Mulher”, considerou indicadores como:
• Representatividade política feminina
• Taxa de mulheres que não estudam nem trabalham
• Feminicídio
• Desigualdade salarial
Relação entre o perfil econômico das cidades, com especial atenção ao impacto do agronegócio nas regiões analisadas
Entre as cidades com os piores índices de igualdade de gênero, destacam-se Paranaguá (PR), São Pedro da Aldeia (RJ) e Camaçari (BA), localizadas principalmente em áreas com forte dependência da agropecuária.
Em termos de representação política, embora tenha havido um aumento no número de candidaturas femininas, o estudo revela que 96% dos municípios ainda possuem menos de 30% de mulheres nas câmaras municipais.
Além disso, 26,6% das mulheres jovens que não estudam nem trabalham estão em uma situação de desigualdade significativa, especialmente quando comparadas aos homens nessa condição.
Foto: Kazunori Shiina.