Por Carlos Lindenberg
Bem dizem os mineiros que quem caça, acha. O hacker Walter Delgatti tanto fuçou que acabou achando o que não desejava. Não, isso não tem nada a ver com o caso, por exemplo, da presidente Dilma Rousseff que, nessa segunda-feira, a inocentou pelas “pedaladas fiscais”, um achado do atual ministro do tribunal de Contas da União, na época senador Antônio Anastasia, para condenar Dilma, que foi absolvida ontem pela décima turma do TRF-1, que a considerou inocente, mas pelo qual ela perdeu o mandato em 2016. Em suma, Dilma é inocente.
Não é o caso do hacker Walter Delgatti, que ontem foi condenado a 20 anos de prisão, uma pena que em que cabe recurso. Delgatti é acusado de bisbilhotar telefones alheios, entre os quais o do atual senador Sérgio Moro, contra quem, inclusive, houve uma acalorada discussão entre ambos – com um acusando o outro de criminoso.
Mas a possível acusação do dia é do advogado Cézar Bittencourt, que recuou do recuo, e agora diz que o tenente-coronel Mauro Cid vai confirmar que de fato recebeu do ex-presidente Jair Bolsonaro que teria recebido um possível indulto do então presidente e as vendido ilegalmente no exterior. Mauro Cid, pelo que admitiu o seu advogado, vai contar tudo tim-tim por tim-tim. É preciso, no entanto, cuidado por que embora o hacker tenha soltado o verbo na sexta-feira nada garante que ele possa confessar tudo mesmo, a não ser a palavra de seu advogado. Como pode sobrar também para a deputada federal, Carla Zambelli, que teria pago 40 mil reais ao hacker de Araraquara, além de sair de pistola em punho para matar alguém em São Paulo – um ato covarde e acintoso da deputada eleita pela paulicéia.
Foto: Reprodução
