Por Hoje em Dia/Blog do Lindenberg – blogdolindenberg@hojeemdia.com.br
Qual o resultado da pesquisa Genial/Quaest divulgada ontem? A rigor, que o ex-presidente Lula continua na frente. E que Bolsonaro está em segundo lugar.
A diferença é que a distância entre os dois líderes da pesquisa diminuiu desde a última pesquisa de 16 para 14 pontos percentuais, mas ainda assim dentro da margem de erro de dois pontos para mais e dois para menos. Lula hoje tem 45% das intenções de voto no primeiro turno, um ponto a menos do que em junho e Bolsonaro sobe um ponto para alcançar 31%.
Para Lula, a armadilha está na possibilidade de Jair Bolsonaro reduzir o ICMS, o que ele vem conseguindo, a tal ponto que 27% dos entrevistados admitem votar no presidente. Mas para 44% a economia permanece como o maior problema do país. De forma que essa 12ª rodada de pesquisa da Quaest, a única com entrevistas na casa do eleitor, não traz muita novidade, a não ser para mostrar que a eleição está definitivamente polarizada entre Lula e Bolsonaro, a terceira via foi para o espaço, que seis de cada dez eleitores não conseguem pagar suas contas, mas que, de qualquer forma, o presidente da República de alguma maneira tem conseguido terceirizar a crise dos combustíveis, tanto que 28% dos eleitores acreditam que o problema é de Bolsonaro e 16% dizem que é uma questão interna da Petrobras.
Para o diretor da Quaest, Felipe Nunes, “dois dados são sintomáticos para explicar o sentimento do eleitor neste momento: 54% disseram que o governo Bolsonaro está pior do que esperavam e só 18% consideram que está melhor”.
“Perguntamos ainda em que governo o eleitor acha que as pessoas conseguiam comprar mais com seu salário e 62% responderam que foi em administrações de Lula. Ou seja, do lado de Bolsonaro há a percepção de desapontamento. Do lado de Lula, uma boa lembrança. Essa diferença explica o resultado”, explica Felipe Nunes.
Nas indicações de primeiro turno, Lula vence nas regiões Nordeste (69%) e Sudeste (44 %), as mais populosas. Há um empate técnico entre o candidato do PT e do PL no Sul (38% e 34% a favor de Lula) e no Norte 43% a 41% a favor de Bolsonaro.
E seis em cada dez eleitores disseram que conhecem e não pretendem votar em Bolsonaro, 52% não votariam em Ciro Gomes e 40% rejeitam Lula.
Em suma, as coisas não parecem nem melhores nem piores para os dois candidatos que lideram a corrida presidencial, embora também não tenha havido nenhum fator de desequilíbrio entre Lula e Bolsonaro.
Quando o diretor da Quaest, Felipe Nunes, diz que há uma percepção de que o período Lula teria sido melhor e o de Bolsonaro traz um certo desencanto, é nesses dois fatores que se deve fixar o monitoramento para melhor compreensão do futuro que se avizinha velozmente. Mas não deixa de ser engraçado o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, dizer que uma CPI pode contaminar a eleição. Razão pela qual a engavetou.
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