Home Economia Dólar volta a subir com pressão inflacionária no Brasil e nos EUA; Ibovespa opera em alta

Dólar volta a subir com pressão inflacionária no Brasil e nos EUA; Ibovespa opera em alta Na sessão anterior, o dólar registrou recuo de 0,68%, fechando a R$ 5,81. Investidores reagem aos novos dados de inflação tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos.

12 de março de 2025, 11h38 | Por Letícia Horsth

by Letícia Horsth

Após iniciar o dia em alta e perder força momentaneamente, o dólar retomou o movimento de valorização nesta quarta-feira (12/3), enquanto investidores acompanham atentamente os dados oficiais de inflação no Brasil e nos Estados Unidos.

Movimentação do mercado
• Às 11h19, a moeda norte-americana registrava alta de 0,29%, sendo cotada a R$ 5,829.
• Mais cedo, às 10h54, apresentava leve recuo de 0,03%, sendo negociada a R$ 5,81.
• A máxima do dia até o momento foi de R$ 5,847, enquanto a mínima chegou a R$ 5,802.
• No fechamento do pregão anterior, o dólar havia recuado 0,68%, encerrando a R$ 5,81.
• Com esse desempenho, a divisa acumula alta de 0,37% na semana, mas ainda apresenta quedas de 1,77% no mês e 5,96% no ano frente ao real.

Inflação no Brasil
O mercado financeiro repercute os números do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que mede a inflação oficial do país.

Em fevereiro, o IPCA registrou avanço de 1,31%, representando um salto de 1,15 ponto percentual em relação ao índice de janeiro (0,16%). No acumulado de 12 meses até fevereiro, a inflação atingiu 5,06%, superando o teto da meta estabelecida. A partir deste ano, o Brasil adotou um sistema de meta inflacionária contínua, ou seja, a medição ocorre mês a mês. Caso o IPCA acumulado em 12 meses permaneça fora do intervalo estipulado por seis meses consecutivos, a meta será considerada descumprida.

Para 2025, o objetivo inflacionário é de 3%, podendo variar 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, o que significa um limite de tolerância entre 1,5% e 4,5%. O Relatório Focus mais recente, divulgado pelo Banco Central (BC) na última segunda-feira (10/3), aponta que o mercado financeiro revisou para cima a projeção da inflação deste ano, passando de 5,65% para 5,68%. Com isso, as expectativas seguem desancoradas, ou seja, distantes da meta oficial e do horizonte relevante de política monetária.

Inflação nos Estados Unidos
Nos EUA, investidores também monitoram de perto a divulgação dos dados inflacionários de fevereiro. O Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) registrou alta de 0,2% no último mês, desacelerando em relação ao avanço de 0,4% observado em janeiro. Em termos anuais, a inflação americana ficou em 2,8%, abaixo dos 3% registrados no mês anterior.

O consenso Refinitiv, que agrega projeções do mercado, previa que o CPI ficaria em 0,3% na comparação mensal e 3,2% na anual. Os resultados vieram abaixo das expectativas. Os dados inflacionários são acompanhados de perto, pois influenciam as futuras decisões do Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos. O controle da inflação é feito, principalmente, por meio do ajuste da taxa de juros. Atualmente, a meta inflacionária do país é de 2% ao ano. Na reunião de janeiro, o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) decidiu manter os juros entre 4,25% e 4,5% ao ano.

Impacto do “tarifaço” de Trump
Além da inflação, o mercado acompanha os desdobramentos das tarifas impostas pelo presidente dos EUA, Donald Trump. Desde a madrugada desta quarta-feira, passaram a vigorar as taxas de 25% sobre a importação de aço e alumínio para os EUA, o que afeta diretamente o Brasil, um dos maiores fornecedores desses produtos. Em nota oficial, a Casa Branca informou que a medida anunciada por Trump no início de fevereiro se estende ao Canadá e a outros parceiros comerciais. Desde o anúncio inicial, a decisão já vinha impactando a percepção dos investidores brasileiros.

Desempenho do Ibovespa
O principal índice da Bolsa de Valores do Brasil (B3), o Ibovespa, operava em alta nesta quarta-feira. Às 11h24, o índice subia 0,15%, alcançando 123,6 mil pontos. No pregão anterior, o Ibovespa havia encerrado com queda de 0,81%, registrando 123,5 mil pontos. Com esse desempenho, o índice acumula perdas de 1,22% na semana, mas ainda apresenta alta de 0,58% em março e 2,68% no acumulado de 2025.

Foto: Reprodução.

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