O colunista Elio Gaspari, da Folha de S.Paulo, afirmou em seu artigo que Sergio Moro (União Brasil) deve ser cassado como senador, por firulas, quando deveria ter sido afastado por atos que ele praticou na magistratura. Ele ainda ressalta que o parlamentar, quando era juiz, “manipulou com maestria” a imprensa.
Comandando a Vara Federal de Curitiba, Moro fez de tudo, usou prisões preventivas para forçar confissões, liberou grampos com prazo de validade vencido e disse a advogados de réus que eles “atrapalhavam” seu serviço.
Em 2018, às vésperas do primeiro turno Moro liberou a delação de Antonio Palocci, ex-ministro da Fazenda de Lula. Logo depois do segundo turno aceitou o convite de Jair Bolsonaro e tornou-se seu ministro da Justiça.
Com esse prontuário, Moro foi eleito senador com cerca de 2 milhões de votos.
Se ele tiver o mandato cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral do Paraná, será feita justiça, mas é o caso de se pensar que tipo de justiça é feita. (…)
As despesas que Moro fez como candidato eram de outro mundo, aquele que mal conhecia e denunciava. Gastou R$ 1.800 do partido para servir café e salgadinhos na cerimônia de filiação ao Podemos e R$ 2.500 para pagar à mestre de cerimônias do evento.
Ele, que como juiz manipulou com maestria a imprensa, contratou serviços de um negócio chamado “media training”. Algumas despesas eram inevitáveis para um candidato, outras mostram que ele foi capturado pelo enxame de colaboradores (todos remunerados) que colhem suas safras nos períodos eleitorais.
O juiz da Lava Jato deverá ser cassado como senador, por firulas, quando deveria ter sido afastado por atos que praticou na magistratura.
Quando surgiu a Lava Jato, pensou-se que havia algo de novo no ar, mas tinha razão o Príncipe de Salinas do romance “O Leopardo”:
“Tudo isso não deveria poder durar; mas vai durar, sempre; o sempre humano, é claro, um século, dois séculos…; e depois será diferente, porém pior”. (…)
Com informações do Diário do Centro do Mundo.
Foto: FREDERICO BRASIL/THENEWS2/ESTADÃO CONTEÚDO