Por Metrópoles
O presidente Jair Bolsonaro (PL) defendeu, nesta quarta-feira (8/6), a manutenção das páginas do Partido da Causa Operária (PCO). Na semana passada, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou que os perfis do PCO nas redes sociais sejam bloqueados, preservando o histórico de conteúdo das contas.
O magistrado ainda incluiu o partido no inquérito das fakes news, que investiga ataques ao STF e pediu que a Polícia Federal (PF) intime Rui Costa Pimenta, presidente da legenda, a depor sobre postagens do partido nas redes sociais.
A decisão de incluir o partido de extrema esquerda no inquérito que investiga nomes ligados ao bolsonarismo acontece após mais uma série de ataques do PCO contra o STF e Alexandre de Moraes.
Em discurso proferido durante almoço com empresários na Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ), Bolsonaro defendeu o partido de extrema esquerda e disparou novos ataques ao STF e ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
“Cada vez mais nos tolhem, derrubam páginas, desmonetizam, ameaçam. Ontem eu estive com o vice mundial do Telegram e com o representante nacional e ele autorizou eu abrir parte da conversa. Estão sendo ameaçados de banimento pelo ministro Alexandre de Moraes se não fecharam, se não excluírem a página do PCO. O que é PCO, meu Deus do céu? É ultrarradical de esquerda. Deixa a página deles aberta, pô. Porque chamaram lá o ministro de ‘skinhead de toga’. Olha o que me chamam o tempo todo nas redes sociais”, questionou.
“Agora, em cima disso banir o Telegram? Eu não posso tudo. Como é que pode alguém do outro lado da pista querer tudo? Olha o risco que corre o Brasil. Nós temos que preservar a nossa liberdade acima de tudo”, prosseguiu.
Além dos empresários, o almoço na Candelária contou com a presença do governador do Rio, Cláudio Castro (PL), de ministros de Estado e parlamentares.
Ataques do PCO
Na quarta-feira passada (2/6), o PCO usou as redes sociais para acusar Moraes de preparar um “golpe” contra as eleições, após o ministro do STF afirmar que candidatos que divulgarem fake news com poder de influenciar o voto podem ter o registro para as eleições cassado pelo TSE, do qual assumirá a presidência a partir de agosto deste ano.
“Em sanha por ditadura, skinhead de toga retalha o direito de expressão, e prepara um novo golpe nas eleições. A repressão aos direitos sempre se voltará contra os trabalhadores!”, escreveu o PCO em uma publicação no Twitter, que ainda pedia a dissolução do Supremo.
Essa não é a primeira vez que o partido ataca o Poder Judiciário ou decisões que envolvam as eleições deste ano, ou expressa opiniões que são criticadas até mesmo por parte da esquerda. Em maio, o PCO acusou o STF de ser um “órgão ditatorial” por sua essência, e afirmou que não deveria “nem existir”.
Já em agosto de 2021, o partido de extrema esquerda se juntou ao coro de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) e questionou a segurança das urnas eletrônicas, sem apresentar provas.“Efetivamente, o que se verifica é a existência de fortes indícios de que a infraestrutura partidária do PCO, partido político que recebe dinheiro público, tem sido indevida e reiteradamente utilizada com o objetivo de viabilizar e impulsionar a propagação das declarações criminosas, por meio dos perfis oficiais do próprio partido, divulgados em seu site na internet”, disse Mores em despacho.Após a inclusão no inquérito das fakes news, o PCO chamou a decisão de Alexandre de Moraes de “censura”, e voltou a pedir a dissolução “imediata do STF”.
Foto: Igo Estrela/Metrópoles