Por Metrópoles
Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu nesta quarta-feira (19/10) com apoiadores evangélicos, em São Paulo. O gesto é uma tentativa de se aproximar da ala religiosa que majoritariamente apoia seu adversário Jair Messias Bolsonaro (PL).
Lula entrou ao som de música gospel na sala de conferência do Hotel Intercontinental, localizado no bairro Jardim Paulistano, área nobre da zona oeste da capital paulista. Logo depois, foi feita uma oração que agradeceu o ex-presidente e celebrou a vacina de Covid-19.
A agenda da campanha petista marcou a divulgação da carta de Lula para evangélicos. “A carta que vai ser apresentada tem esse objetivo de dialogar com todas as pessoas, com todos aqueles que professam uma religião, mas também aqueles que professam outra fé, aqueles que são, digamos, que não tem nenhuma fé, porque o Estado brasileiro é um Estado laico”, disse Marina.
Entre as lideranças religiosas estavam o pastor Ariovaldo Ramos, coordenador da Frente de Evangélicos Pelo Estado de Direito, e o pastor Henrique Vieira (PSL), eleito deputado federal pelo Rio de Janeiro.
“Nós pedimos ao presidente Lula que fizesse algo de extrema boa vontade de vir aqui para dizer para gente que ele não vai fazer o que ele nunca fez. Um absurdo isso. É um negócio absurdo mesmo: ‘Vai lá e diz para o nosso povo que o senhor vai continuar não fazendo o que o senhor nunca fez. O senhor não fechou igreja, nunca tirou a liberdade da gente, sempre tratou a gente com deferência, com honra, teve uma uma relação republicana com todas as religiões e atendeu o anseio de todos nós quando aprovou a lei de Liberdade Religiosa do Brasil”, disse Ariovaldo.
As evangélicas Marina Silva (Rede Sustentabilidade), eleita deputada federal por São Paulo, Eliziane Gama (Cidadania), senadora pelo Maranhão, e Benedita da Silva (PT), deputada federal pelo Rio de Janeiro, também participaram da agenda de campanha.
Benedita chegou a se referir ao evento como “encontro com meus irmãos de fé”, disse que é “PTencostal” e que daria um “testemunho” sobre a campanha petista.
Resistência
O ex-presidente disse anteriormente que não faria o documento para religiosos, pois seu histórico no governo mostra que defende a liberdade de expressão religiosa.
“Essas coisas a gente não precisa ficar fazendo carta. Senão vou ter de fazer carta para 500 setores da sociedade. O que tenho é um legado de oito anos de Presidência da República”, disse. “Então, me desculpe, mas eu não tenho [a intenção], a não ser que a coordenação queira”, afirmou o petista em 6 de outubro.
Lula continuou sua argumentação: “Não dá para fazer carta. Nós temos um programa de governo, temos uma história e temos um legado, é isso que as pessoas têm que olhar”.
Foto: Fábio Vieira/Metrópoles