Home Política Em nota, FHC e Lula defendem Argentina em embate contra governo Bolsonaro no Mercosul

Em nota, FHC e Lula defendem Argentina em embate contra governo Bolsonaro no Mercosul Governo de Alberto Fernández é contrário à redução tarifária unilateral por parte dos países que integram o Mercosul; proposta é defendida pelo ministério da Economia do Brasil

6 de junho de 2021, 10h50 | Por Redação ★ Blog do Lindenberg

by Redação ★ Blog do Lindenberg

Os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) divulgaram no sábado, 5, uma nota assinada em conjunto contra a proposta de redução tarifária unilateral por parte do Mercosul.

O texto apoia a posição de Alberto Fernández, presidente da Argentina, que é contrária à medida defendida pelo governo brasileiro.

“Concordarmos com a posição do presidente da Argentina, Alberto Fernández, de que este não é o momento para reduções tarifárias unilaterais por parte do Mercosul, sem nenhum benefício em favor das exportações do bloco”, diz o texto.

O governo de Jair Bolsonaro defende a redução da Tarifa Externa Comum (TEC) em pelo menos 20% a partir deste ano.

Essa é a taxa cobrada por todos os países do Mercosul na importação de produtos de fora do bloco. A proposta é defendida pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, como um caminho para abrir e dinamizar a economia brasileira.

Em abril, uma reunião de ministros dos países que compõem o Mercosul terminou com trocas de farpas entre os representantes dos ministérios da Economia do Brasil, Guedes, e da Argentina, Martín Guzmán, e sem acordo.

O governo argentino chegou a apresentar uma alternativa mais complexa, para que cada país escolhesse alguns setores econômicos e produtos para reduzir tarifas.

Porém, negociadores afirmaram que o Brasil tinha pressa para encerrar a discussão. Os impasses fizeram com que a Argentina abandonasse novas negociações do bloco, citando a pandemia de covid-19 como um dos motivos para adiar a abertura econômica.

Na documento, os ex-presidentes também defendem a manutenção da “integridade do bloco”, por meio do desenvolvimento industrial e tecnológico.

“Concordamos também que é necessário manter a integridade do bloco, para que todos seus membros desenvolvam plenamente suas capacidades industriais e tecnológicas e participem de modo dinâmico e criativo na economia mundial contemporânea”, escrevem.

Esta é uma nova etapa da reaproximação entre FHC e Lula. No final de maio, eles almoçaram juntos, em um encontro promovido pelo ex-ministro Nelson Jobim.

O movimento faz parte da estratégia do ex-presidente petista de se apresentar como um pré-candidato moderado, mirando as eleições de 2022. A aproximação incomodou o PSDB, que ainda busca definir o seu próprio concorrente à presidência.

 

Fonte: Estadão Conteúdo
Foto: Twitter/ @LulaOficial

LEIA TAMBÉM

Envie seu comentário