Por G1
A Embaixada do Brasil no Reino Unido enviou nesta terça-feira (14) um pedido de desculpas à família do jornalista britânico Dom Phillips, desaparecido na Amazônia, por ter informado erroneamente que o corpo dele e do indigenista brasileiro Bruno Pereira haviam sido encontrados.
O envio do pedido de desculpas foi confirmado ao blog pelo embaixador, Fred Arruda. A família também confirmou ao blog ter recebido a retratação.
Na manhã de segunda-feira (13), um representante da embaixada ligou para o cunhado e a irmã de Phillips no Reino Unido para dizer que os corpos tinham sido achados amarrados a uma árvore. A informação foi, então, divulgada à imprensa pela mulher do jornalista, Alessandra Sampaio.
Depois, porém, a Polícia Federal negou que eles tivessem sido encontrados. A associação indígena Univaja, que denunciou os desaparecimentos há mais de uma semana na região do Vale do Javari, no Amazonas, também não confirmou.
Nesta terça, o embaixador enviou a mensagem de retratação à família, conforme revelado pelo jornal britânico “The Guardian”.
“Estamos profundamente sentidos que a Embaixada tenha passado uma informação à família ontem que não se provou correta”, diz trecho da mensagem, conteúdo ao qual o blog também teve acesso.
Em audiência na Câmara do Deputados nesta terça, a mulher de Bruno, a antropóloga Beatriz Matos, cobrou respostas verdadeiras e concretas sobre o desaparecimento do marido na Amazônia. O relato foi feito para a imprensa, que não pôde gravar a sessão, pela deputada Vivi Reis (PSOL-PA).
Bruno e Dom foram vistos pela última vez em 5 de junho ao chegarem a uma localidade chamada comunidade ribeirinha São Rafael. De lá, eles partiram rumo à sede do município de Atalaia do Norte, viagem que dura aproximadamente duas horas de lancha, mas não chegaram ao destino (veja no infográfico abaixo).
No domingo (12), as equipes de busca encontraram um cartão de saúde e outros pertences de Bruno, além de uma mochila com roupas pessoais de Dom na área onde são feitas as buscas pelo jornalista inglês e pelo indigenista no interior do Amazonas.
Segundo as autoridades, o material estava próximo à casa de Amarildo Costa de Oliveira, conhecido como Pelado, o único preso suspeito de envolvimento no desaparecimento. Oliveira nega envolvimento no crime e parentes afirmam que ele foi torturado pela polícia.
A mulher dele chegou a prestar depoimento à Polícia Civil, mas preferiu não falar sobre a prisão do marido nem sobre o caso dos desaparecidos. Com ela, são 9 pessoas ouvidas pela polícia até o momento.
Nesta terça, servidores da Fundação Nacional do Índio (Funai) fizeram um ato em frente ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, em Brasília, pedindo uma retratação do presidente do órgão, Marcelo Augusto Xavier da Silva, por dizer que o indigenista Bruno Pereira, servidor licenciado da Funai não tinha autorização para estar na área onde desapareceu.
Foto: Reprodução