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Empresário morto pelo PCC em aeroporto pretendia expor corrupção policial em delação

9 de novembro de 2024, 11h39 | Por Letícia Horsth

by Letícia Horsth

O empresário Antônio Vinicius Lopes Gritzbach, que foi assassinado a tiros nesta sexta-feira no Terminal 2 do Aeroporto de Guarulhos (SP), tinha feito um acordo de delação premiada em março com o Ministério Público de São Paulo (MP-SP). Ele prometia revelar a “estrutura hierárquica, divisão de tarefas e modus operandi” da organização, além de detalhar o esquema de lavagem de dinheiro da facção, diz o Globo.

Em seu compromisso com o MP-SP, Gritzbach se propôs a auxiliar na identificação e localização de membros da organização criminosa, além de “apresentar informações referentes à prática de atos de corrupção envolvendo delegados de polícia e policiais”.

Ele também se ofereceu para expor bancos de dados e documentos do grupo, identificar ‘laranjas’, e ajudar na recuperação “total ou parcial do produto ou do proveito das infrações penais praticadas pela associação criminosa”. O empresário deveria ainda pagar uma multa de R$ 15 milhões, valor considerado alto por sua defesa, que propôs R$ 10 milhões, não aceitos.

O acordo de delação foi homologado pela Justiça em junho. Gritzbach havia fornecido à Justiça provas que incluíam prints de conversas, comprovantes de transferências bancárias e contratos entre suas empresas e outros suspeitos de envolvimento no esquema criminoso. Ele também denunciou a atuação de um membro do PCC como sócio oculto em uma agência de jogadores de futebol, com menções a atletas de clubes renomados como Corinthians, São Paulo, Palmeiras e Torino-ITA.

Três PMs da ativa se apresentaram à Polícia Civil como seguranças do empresário. Compareceram de forma espontânea e estão sendo ouvidos no DHPP (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa), responsável pelas investigações sobre o crime ocorrido no aeroporto.

O empresário admitiu ter participado diretamente de atos de lavagem de dinheiro para a facção na venda de dois imóveis em Riviera de São Lourenço, no Litoral Norte de São Paulo, cujos valores alcançaram até R$ 7,3 milhões.

O Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) do MP-SP ofereceu perdão judicial pelo crime de integrar organização criminosa, redução da pena por lavagem de dinheiro em até um terço e regime inicial aberto em caso de condenação.

A investigação sobre o assassinato de Gritzbach está sendo conduzida pela Delegacia de Atendimento ao Turista (Deatur), com o acompanhamento do Gaeco. Um carro supostamente usado pelos atiradores foi apreendido em uma avenida próxima ao aeroporto, segundo informou a Secretaria de Segurança Pública (SSP).

Com informações do Diário do Centro do Mundo.
Foto: Redes Sociais.

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