Home Espírito Santo Enfermeira é demitida de hospital após vídeo em tom de deboche sobre a vacina contra Covid-19 no ES

Enfermeira é demitida de hospital após vídeo em tom de deboche sobre a vacina contra Covid-19 no ES Nathanna Ceschim publicou vídeo dizendo que só tomou a vacina porque queria viajar. Em outra gravação, ela aparecia sem máscara no hospital e, por isso, virou alvo de investigação.

26 de janeiro de 2021, 10h22 | Por Redação ★ Blog do Lindenberg

by Redação ★ Blog do Lindenberg

Após publicar em uma rede social vídeos em que aparecia sem máscara no local de trabalho e, em outro momento, debochando da vacina contra a Covid-19, a enfermeira Nathanna Ceschim foi desligada do Hospital da Santa Casa de Misericórdia de Vitória.

A própria enfermeira confirmou a informação à reportagem do portal “A Gazeta” e uma postagem de desculpas nas redes sociais.

As publicações que motivaram a polêmica foram feitas por Nathanna na sexta-feira (22) em seu perfil, que estava público.

Em um dos vídeos, ela mostra um comprovante de vacinação e desdenha da vacina.

Veja o vídeo:

Uma outra gravação, também feita por ela, mostra a enfermeira sem máscara dentro do hospital.

Nathanna foi imunizada na última terça-feira (19) porque atuava na linha de frente do combate ao coronavírus e, por isso, pertencia ao público-alvo dentro dos grupos prioritários já definidos.

Enfermeira é alvo de investigação de hospital após publicar vídeo em que aparece sem máscara no trabalho — Foto: Reprodução/Instagram

O caso levou o Hospital da Santa Casa de Misericórdia de Vitória e o Conselho Regional de Enfermagem (Coren-ES) a abrirem uma investigação sobre a postura da profissional.

Procurada, a Santa Casa disse apenas que “já tomou todas as medidas cabíveis relacionadas ao assunto e que não mais se manifestará sobre o ocorrido”.

A atuação dos órgãos será acompanhada pelo Ministério Público do Estado (MP-ES).

Enfermeira alega ‘liberdade de expressão’

Ontem (25), Nathanna se pronunciou sobre o caso em um vídeo também publicado na rede social. Nele, ela diz que está com a consciência tranquila e que não cometeu nenhum crime ao expor a opinião sobre a CoronaVac.

A enfermeira disse que apenas exerceu seu direito de liberdade de expressão e, no final, pediu desculpas às pessoas que se sentiram ofendidas.

Investigações

Em relação ao uso da máscara, o Hospital da Santa Casa de Misericórdia de Vitória abriu uma investigação para apurar a conduta da funcionária, já que “a falta da máscara no ambiente é uma prática proibida desde o início da pandemia e que todos os colaboradores têm conhecimento sobre essa regra”.

Procurada novamente nesta segunda (25), a unidade informou que já tomou todas as medidas cabíveis relacionadas ao assunto e que não mais se manifestará sobre o ocorrido.

“A Santa Casa reitera sua postura clara e irrestrita com relação à importância da vacina como única solução possível para conter o avanço dos novos casos de coronavírus. Acreditamos, sim, na vacina e estamos ao lado da ciência”, diz parte da nota enviada à imprensa.

O Conselho Regional de Enfermagem do Espírito Santo (Coren-ES) também determinou abertura de procedimento ético para apurar o caso.

“É inaceitável que, após onze meses de enfrentamento à pandemia e em defesa da vida, um profissional de enfermagem se posicione nas redes sociais de forma irresponsável e inconsequente, comprometendo a ciência, a saúde e a vida das pessoas. A apuração, com amplo direito de defesa, será com base no Código de Ética da Enfermagem. As penalidades previstas vão de advertência à cassação do registro profissional”, diz parte da nota.

Nesta segunda (25), o O Ministério Público do Espírito Santo (MPES) informou que vai instaurar procedimento administrativo para acompanhar tanto o que está sendo feito no âmbito do hospital onde a enfermeira trabalha quanto o que o Conselho Regional de Enfermagem (Coren-ES) está apurando sobre o caso.

Repúdio

Entidades e profissionais ligados à área da saúde manifestaram repúdio à postura da enfermeira. O secretário estadual de Saúde, Nésio Fernandes, falou sobre o caso em uma rede social.

“Repudiamos toda e qualquer expressão de negação da ciência, da expressão de futilidades desnecessárias ao comportamento exemplar que se espera dos trabalhadores da saúde. Somos preparados para salvar vidas, não para sabotá-las”, disse.

A enfermeira e pós-doutora em epidemiologia Ethel Maciel também lamentou a atitude da colega de profissão.

“Eu queria dizer o quanto é lamentável numa pandemia que já levou mais de 200 mil pessoas no nosso país e que aproxima o Espírito Santo dos seis mil mortos e que não haja empatia. O primeiro problema é a falta de empatia com a vida alheia. As vacinas significam a nossa única estratégia para combater esse vírus. Além de uma série de desinformações presentes nesse vídeo, inclusive uma interpretação errada do que é eficácia.

Vacina

A vacina recebida pela enfermeira é a CoronaVac, desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan. A eficácia e a segurança da CoronaVac foram comprovadas em ensaios clínicos conduzidos no Brasil.

Com G1/ES

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