Após a desistência de Joe Biden e a nomeação de Kamala Harris, a atual vice-presidente dos Estados Unidos teve muito pouco tempo para construir sua campanha, e apenas 16 dias para decidir quem seria seu companheiro de chapa. Nessa terça-feira (6/8), Kamala anunciou que sua escolha era o governador de Minnesota, Tim Walz, decisão que supreendeu até mesmo aos membros e financiadores do Partido Democrata.
Segundo analistas políticos norte-americanos, Kamala optou pela opção menos conhecida e esperada, pois a decisão da vice-presidente acabou sendo norteada por sua “intuição”.
A campanha da vice-presidente fez uma peneira de possíveis nomes para disputarem ao lado de Kamala. Dentre eles, a democrata escolheu três nomes Tim Walz, Josh Shapiro, governador da Pensilvânia, e o senador Mark Kelly, com quem realizou reuniões individuais no domingo (4/8).
Após as entrevistas com os candiatos, Kamala concluiu que teria um relacionamento pessoal melhor com Walz, e que estava convencida de que ele a apoiaria e não deixaria suas ambições pessoais atrapalharem o trabalho em conjunto.
“Você também tem que se perguntar em algum momento: esse é alguém com quem você gostaria de almoçar toda semana durante quatro anos?”, comentou um funcionário da Casa Branca.
A escolha por Tim foi uma surpresa para muitos democratas, inclusive para alguns dos principais doadores do partido, que, ainda, não conheciam o candidato.
“Depois que leram sobre ele, ficaram impressionados. Recebi uma tonelada de ligações hoje e nenhuma delas foi negativa. Eles adoraram o quão identificável ele era”, disse o presidente financeiro nacional da campanha de Harris, Chris Korge.
Um dos elementos levado em consideração foi que Walz é visto como um bom jogador de equipe, que construiu sua vida no exército e na sala de aula, não dentro do poder. Por isso, é visto como alguém que não iria “sabotá-la”.
Ainda foi levado em consideração que Walz foi um dos únicos políticos que defendeu Biden publicamente, após sua tensa reunião de 3 de julho com governadores democratas para falar sobre o seu desempenho no debate.
Tim Walz chegou aos olhos da campanha de Kamala com aparições na TV, principalmente quando ele virou sensação, da noite para o dia, ao rotular o republicano J.D. Vance como “estranho” no dia seguinte à escolha de Trump.
Walz desbanca Shappiro
O nome com maior força e que a maioria dos analistas políticos acreditavam ser a escolha da vice-presidente era o do governador da Pensilvânia, Josh Shappiro, porém seu jeito não foi entendido pela Kamala como o ideal para angariar votos.
“Shapiro parece e fala como o próximo Obama, que é o que deixou muita gente animada. Walz parece e fala como o senador de Montana Jon Tester, o que nos dá espaço para agir em lugares suburbanos, exurbanos e talvez até rurais”, disse Caitlin Legacki, estrategista política.
Os democratas, ainda, observaram que a escolha de Walz traria um benefício indireto que é elevar a vice-governadora de Minnesota, Peggy Flanagan, à governadora, tornando-a a primeira indígena na história norte-americana a assumir o cargo.
Com informações do Metrópoles.
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