Por Bem Minas
Prevê-se uma reação de acionistas nunca vista em outros anos na realização de tais AGES. Fala-se até em se pressionar o Governador Romeu Zema, que é o representante oficial do maior acionista da concessionária para que ele esteja presente e assim tome conhecimento do que estará sendo discutido nessa assembleia.
O Governo de Minas e a Assembleia Legislativa do Estado de MG, sempre movimentados, têm se mostrado ausentes dessas questões, o que para muitos é um ato de grosseira omissão, falta de zelo e respeito para com o Patrimônio Público de Minas.
A AGE-Assembleia Geral Extraordinária da CEMIG, marcada para o próximo dia 30 de abril, às 11horas, convocada para aprovar as contas encerradas no último balanço de 2020, vai ainda bater o martelo nos valores estabelecidos de remuneração de 09 membros do Conselho de Administração (R$ 28.166,25 por mês), 07 Diretores Estatutários R$ 162.868,06 por mês), 10 membros do Conselho Fiscal (R$ 15.153,37 por mês) da estatal. Além desses, deverá ser ainda formalizada a remuneração dos 07 Diretores Adjuntos, a R$ 45.000,00 por mês. Para esses ninguém disse ainda que valor lhes será pré-fixado referentemente aos bônus, “outros” e pós-emprego (???). Grupos de investidores já começam a se organizar para levar seu protesto na AGE à concessão de tão generosos salários, incomuns a qualquer estatal brasileira. Está-se pensando, inclusive, na proposição de uma medida judicial para suspensão dessa AGE, primeiro para rediscussão desses valores admitidos como imorais na remuneração de diretores de uma concessionária pública e depois, ainda, que se inclua a discussão pelos cotistas do parecer da Auditoria Interna que, como se sabe, tem formalizadas suas restrições técnicas às milionárias contratações feitas pela atual diretoria da CEMIG de escritórios de assessoria jurídica realizados sem licitação, comprovada inadequação dos preços acordados, alguns assinados após o início dos seus serviços. Os relatórios da AUDITORIA INTERNA chegam a conceituar como temerária a postura da atual diretoria.
Parece, todavia, que tais investidores ainda não se fixaram na questão do contrato feito com o poderoso escritório Machado Meyer, contratado originariamente para representar a CEMIG em questões referentes a assuntos societários e de mercado de capitais. Sucede, no entanto, que tal banca vem prestando serviços dentro da CEMIG em outras áreas, na trabalhista, por exemplo, e na defesa da empresa e seus diretores. Não é esse o escopo do contrato vigente. Se algum aditivo foi feito, esse não consta dos atos publicados no Diário Oficial de MG. Como a atual diretoria é toda paulista, é possível que esses possam estar publicados no Diário Oficial do Estado de São Paulo, mas tal opção de publicidade dos atos públicos não vige na Constituição do Estado de Minas Gerais. São tempos difíceis para uma diretoria tão sobrecarregada e que, mesmo nesses tempos de pandemia, enfrenta as dificuldades de viver em São Paulo, com seu trânsito infernal, distâncias longas e sem o delicioso cardápio do SESI. Sempre comendo, comendo, comendo, comendo…
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