Por Metrópoles
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse, nesta quinta-feira (10/12), que “é menos ruim ter uma inflação do que um desabastecimento”. E também que o país vive “um finalzinho de pandemia”. A fala foi proferida em discurso na inauguração do eixo principal da nova ponte do Guaíba, em Porto Alegre (RS).
Bolsonaro tratava da pandemia do novo coronavírus e dos reflexos econômicos da crise e alegou que, se o homem do campo tivesse ficado em casa, “teria sido um caos”. O presidente também aproveitou para sair em defesa da ministra da Agricultura, Tereza Cristina, e da bancada da agropecuária do Congresso, responsável pela indicação da ministra.
“Ainda estamos vivendo um finalzinho de pandemia. O nosso governo, levando-se em conta outros países do mundo, foi aquele que melhor se saiu, ou um dos que melhor se saíram, no tocante à economia. Prestamos todos os apoios possíveis a estados e municípios”, defendeu o chefe do Executivo.
Apesar das palavras do presidente, os números mostram uma situação diferente quanto ao fim da pandemia. A média móvel de mortes por Covid-19 no Brasil teve a nona alta seguida e chegou a 640 nesta quarta-feira (9/12). É o maior resultado desde 6 de outubro. Na comparação com a taxa registrada há 14 dias, houve uma alta de 31,8%.
Em números absolutos, o país registrou 836 óbitos em decorrência da Covid-19 e 53.453 novas infecções de coronavírus nas últimas 24 horas, segundo o mais recente balanço divulgado pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass). No total, o Brasil já perdeu 178.995 vidas para a Covid-19 e computou 6.728.452 casos de infecção.
Com o aumento de adoecimentos em decorrência da Covid-19, o Ministério da Saúde ampliou o número de habilitações, como é chamada tecnicamente a criação de leitos de unidade de terapia intensiva (UTI).
Agora, sob o risco de uma segunda onda de casos ou um repique de contaminações, como prefere uma corrente de especialistas, a pasta voltou a colocar essas estruturas em funcionamento. Em setembro e outubro, foram habilitados 1,4 mil em cada mês – de acordo com dados mais recentes compilados pelo governo.
Auxílio
Bolsonaro citou o auxílio emergencial e o Pronampe, formulado para socorrer micro e pequenas empresas durante a pandemia. “Nós evitamos um colapso da economia. Meus senhores, economia e saúde têm que andar de mãos dadas”, completou.
“O governo fez o possível. Nós não podemos atuar diretamente na questão da Covid por uma decisão judicial”, disse ele. O presidente também voltou a defender o uso da hidroxicloroquina no tratamento da Covid-19, apesar da ausência de comprovação científica acerca da sua eficácia. Segundo ele, essa eficácia é “uma coisa óbvia”.
De acordo com Bolsonaro, não faltarão recursos para o pagamento do 13º salário. “Eu não tenho notícia, pela primeira vez na história do Brasil, de que vai faltar recurso para pagar o 13º”, afirmou.
Foto: Igo Estrela/Metrópoles