Home Kalil ‘Estou absolutamente envergonhado’, diz Alexandre Kalil sobre pedido de indiciamento de infectologistas

‘Estou absolutamente envergonhado’, diz Alexandre Kalil sobre pedido de indiciamento de infectologistas

10 de novembro de 2021, 22h07 | Por Redação - Blog do Lindenberg

by Redação - Blog do Lindenberg

Por Rádio Itatiaia

O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), se pronunciou na tarde desta quarta-feira (10) sobre o pedido de indiciamento dos infectologistas Estevão Urbano e Carlos Starling, que fazem parte do comitê de combate à pandemia.

“Estou absolutamente envergonhado, não por mim, porque isso é politicagem e coisa requentada; mas pelos dois infectologistas, brilhantes, competentes, responsáveis por salvar tantas vidas, sendo tratados dessa maneira por causa de política”, disse.

O relatório final da CPI da Covid, com mais de mil páginas incluindo anexos, foi protocolado na Câmara Municipal (CMBH) nesta quarta. O objetivo era investigar os gatos da Prefeitura de BH em meio à pandemia.

O vereador Irlan Melo (PSD), que é o relator, sugeriu o indiciamento do secretário de Fazenda, João Antônio Fleury, do ex-presidente da BHTrans, Célio Bouzada, do ex-diretor da BHTrans, Daniel Marques Couto, e de dois dos infectologistas que integram o comitê de combate à pandemia, Carlos Starling e Estevão Urbano.

Além disso, o documento pede que o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) investigue o prefeito Alexandre Kalil (PSD) por possível crime de responsabilidade no pagamento adiantado de cerca de R$ 220 milhões às empresas de ônibus na compra de vale-transporte para servidores.

“Há o indiciamento também dos infectologistas, porque há um nítido conflito de interesses entre a atuação deles como um comitê covid deliberativo e ao mesmo tempo consultoria para escolas particulares. Nós também sugerimos que todos os funcionários envolvidos sejam investigados pelo Ministério Público”, salientou.

Em contato com a Itatiaia, Carlos Starling afirmou que se trata de acusação absurda e de caráter político. Estevão Urbano também nega as acusações feitas a ele e a Starling, de conflito de interesses.

Estevão Urbano disse que está “surpreso” e que não estava acompanhando a CPI. Ele explicou que há anos faz parte da diretoria da Sociedade Mineira de Controle de Infecções, que a entidade é sem fins lucrativos e que ela realiza eventos, cursos, simpósios e congressos. Além disso, destacou que nenhum diretor e nem o presidente possui remuneração e, que todo o dinheiro que entra, é usado para fomentar a pesquisa.

“Ninguém nunca recebeu qualquer centavo dessa entidade. Ela existe porque a gente gosta de fazer pesquisa, de fazer congressos e de estar na área de ensino”, disse. Estevão também explicou que desde o início da pandemia não participou de reuniões presenciais e que, “possivelmente”, o presidente e vice-presidente fizeram esses contatos.

“Essa entidade também dá assessorias de controle de infecções, seja em escola, seja em hospitais. Qualquer dinheiro que entra, repito, é para fomentar a pesquisa. Ninguém lá é remunerado”, continuou. Ele garantiu que se houve contato com alguma escola para dar assessorias de controle de infecções não houve a participação dele e nem a de Carlos.

O infectologista ainda afirmou que o presidente, vice e diretores podem fazer ações sem a participação deles e que vai entrar em contato para entender o que houve. “Nós estamos à disposição para qualquer coisa que precisar de esclarecimentos”.

A CPI tem o poder de sugerir o indiciamento, mas quem decide se indicia ou não os investigados é o Ministério Público.
Foto: PBH/Divulgação

LEIA TAMBÉM

Envie seu comentário