Por Hoje em Dia/Blog do Lindenberg – blogdolindenberg@hojeemdia.com.br
Ao que tudo indica, a estratégia do ex-presidente Lula para aumentar a sua possibilidade de vitória em 2 de outubro está assentada na redução do número de candidatos à Presidência da República. Foi assim que, por questões alheias ou não à vontade de Lula, já saíram do páreo o ex-juiz Sérgio Moro, o senador Álvaro dias, o pernambucano Luciano Bivar e, por último, o deputado federal André Janones, do Avante.
Janones, por sinal, é quem deve acrescentar algum tempo a mais de horário de televisão à campanha do ex-presidente Lula – pouco mais de três minutos –, enquanto Luciano Bivar, do União Brasil – o maior caixa da campanha –, deverá liberar os diretórios regionais para que cada um siga o seu caminho exatamente em função das questões locais.
Enquanto isso, o presidente Jair Bolsonaro reuniu ontem os seus seguidores em Montes Claros, no Norte de Minas, para uma nova motociata, com encerramento no Parque de Exposição Agropecuária da cidade, centro de comercialização do agronegócio, donde se vê que deve comparecer uma multidão. Até porque é a primeira vez que o presidente vai à cidade.
Na verdade, o que o candidato à reeleição e seu vice, o general Braga Neto, querem é concentrar o foco em Minas Gerais, o segundo maior colégio eleitoral do país, terra do ex-ministro da Defesa e onde Bolsonaro acaba de decidir que terá um candidato próprio, o senador Carlos Viana (PL), com um vice que ainda não foi escolhido, embora o candidato ao Senado seja o deputado estadual Cleitinho.
A escolha de Viana não deixa de abalar a candidatura do governador Romeu Zema (Novo), no mínimo porque ela pode funcionar como um divisor de votos, enquanto o ex-prefeito Alexandre Kalil deve, de seu lado, fixar a sua candidatura à imagem do ex-presidente Lula, sem o que ele poderá não chegar ao segundo turno. Lula é o preferido em Minas, segundo o Instituto Quaest.
E por falar em candidatos, caso de Bolsonaro, quase todos já marcaram presença nas entrevistas ao Jornal Nacional. Começam as entrevistas com o presidente Jair Bolsonaro, dia 22/08, seguindo-se Ciro Gomes, dia 24, Lula, dia 25, e Simone Tebet, dia 26. Uma curiosidade em meio a essa eleição é que PT e PSB são aliados em 11 estados, mas adversários em nove. E o PROS, que em princípio deveria se alinhar em favor de Lula, está dependendo de uma decisão judicial porque houve uma reversão numa decisão anterior, quando o partido resolveu apoiar Lula e depois teve que voltar atrás porque a Justiça assim deliberou. A coisa ainda não está inteiramente resolvida, embora ontem deva ter sido o último dia para essas pendências serem resolvidas, embora não deixe de ser uma extravagância a proposta de Bolsonaro de filmar o voto de alguém, desde que permitido, claro.
Outras dúvidas que permaneciam foram desfeitas na quinta-feira. O ex-governador de Minas Aécio Neves, por exemplo, decidiu que vai disputar novamente uma cadeira na Câmara dos Deputados, embora estivesse liderando as intenções de voto para o Senado. Quanto a André Janones, do Avante, ele se destacou em 2018 ao se eleger deputado federal, sendo o terceiro mais votado em Minas Gerais, com 178,6 mil votos, e tentará agora a reeleição para a Câmara dos Deputados. A justificativa de Janones para aderir à campanha de Lula foi que o ex-presidente encampou as propostas dele de renda mínima e de combate à fome.
Foto: reprodução