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Estudo mostra aumento preocupante de assassinatos de pessoas LGBTQIAPN+ no Brasil Segundo o Observatório do Grupo Gay da Bahia, foram 291 homicídios e suicídios em 2024, 34 a mais que no ano anterior. SP, BA e MT lideram ranking e Salvador é a capital mais perigosa.

19 de janeiro de 2025, 10h24 | Por Letícia Horsth

by Letícia Horsth

O número de mortes violentas de pessoas LGBTQIAPN+ no Brasil cresceu 13,2% em 2024, quando comparado com os registros do ano anterior. É o que aponta o Observatório do Grupo Gay da Bahia (GGB), a mais antiga organização não governamental da causa na América Latina.

O levantamento é feito há 45 anos e leva em conta notícias veiculadas na imprensa e correspondências enviadas à ONG. Foram computados homicídios, latrocínios, suicídios e outras causas.

Segundo os dados, o Brasil teve 291 pessoas da comunidade LGBTQIAPN+ mortas no ano passado, 34 a mais que em 2023, quando o país registrou 257 casos.

As vítimas eram:

gays: 165
travestis e mulheres transgêneros: 96
lésbicas: 11
bissexuais: 7
homens trans: 6
Outras 6 pessoas declaradas heterossexuais foram incluídas no levantamento por terem sido confundidas com integrantes da comunidade ou por terem tentado defender vítimas.

A maior parte das mortes foi registrada na região Nordeste (99) e no Sudeste (99). Em relação ao meio utilizado nos crimes, arma branca (65), arma de fogo (63) e espancamento (32) foram os mais apontados na apuração.

No ranking de estados, São Paulo, Bahia e Mato Grosso lideram com os maiores números de casos. Confira o ranking completo abaixo:

São Paulo: 53
Bahia: 31
Mato Grosso: 24
Minas Gerais: 22
Pará: 16
Pernambuco: 15
Rio de Janeiro: 15
Alagoas: 13
Ceará: 11
Maranhão: 10
Paraná: 10
Amazonas: 8
Goiás: 8
Espírito Santo: 7
Mato Grosso do Sul: 7
Piauí: 6
Distrito Federal: 5
Paraíba: 5
Sergipe: 4
Rio Grande do Sul: 4
Santa Catarina: 4
Tocantins: 4
Rondônia: 3
Amapá: 2
Rio Grande do Norte: 2
Acre: 1
Roraima: 1

Salvador é a capital mais perigosa para a comunidade, aponta o levantamento. Depois dela, aparecem São Paulo (SP) e Belo Horizonte (MG), em segundo e terceiro lugar, respectivamente. Veja o ranking abaixo:

Salvador (BA): 14
São Paulo (SP): 13
Belo Horizonte (MG): 7
Maceió (AL): 7
Fortaleza (CE): 6
Manaus (AM): 6
Rio de Janeiro (RJ): 6
Campo Grande (MS): 5
Cuiabá (MT): 5
Goiânia (GO): 5
Teresina (PI): 5
Recife (PE): 4
Aracaju (SE): 2
Brasília (DF): 2
Curitiba (PR): 2

Perfil das vítimas
Brancos formam maioria entre os LGBTs mortos. Segundo a pesquisa, 115 vítimas se identificavam assim. Em seguida, vinham as pessoas com cor não identificada, totalizando 97, e as pretas e pardas, contabilizando 79.

A faixa etária mais atingida foi de 26 a 35 anos, com 66 vítimas. Pessoas de 36 a 45 anos aparecem em seguida, com 52 casos. Depois, surgem as vítimas de 19 a 25 anos, com 43.

Entre os gays mortos em 2024, a profissão de professor liderava, seguida de cabeleireiro, técnico de enfermagem e enfermeiro, médico e instrutor de dança.

Já entre mulheres trans, travestis e transexuais, as profissionais do sexo foram as mais registradas entre os óbitos. Ativistas e cantoras vinham em segundo e terceiro lugares, respectivamente.

O que dizem as autoridades
O g1 questionou o Governo do Estado e o Governo Federal sobre as estatísticas, mas não teve retorno até a última atualização desta reportagem. Segundo o GGB, as gestões não têm dados específicos de mortes violentas de pessoas da comunidade LGBTQIAPN+.

Com informações do G1.
Foto: Breno Esaki/Metrópoles.

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